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Cronicas-->Habitando a modernidade -- 22/05/2010 - 17:22 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Habitando a modernidade



É quase impossível sonhar acordado nos dias atuais. O tempo rouba-nos todos os instantes livres. Vivemos atrelados a um cotidiano enlouquecido que nos permite muito pouco além do trabalho árduo. Quando envelhecemos é que paramos para olhar o que deixamos de fazer ou fizemos incompleto. A correria desgoverna até nosso poder reflexivo. Pobre dos homens!Pobre de nós!

Tenho amigos que ficam ansiosos para que cheguem suas férias para poderem vendê-las trabalhando e com isso galgarem uma graninha a mais. Morrem de trabalhar e permanecem naquela mesmice desinteressante. E será que agir assim nos adiciona um valor importante ou nos deixa saldo vivifico? Claro que não! A ambição é intolerável quando nos incentiva a adquirir os excessos. Vivemos a cometer pecados contra a vida e contra os mesmos.

A NET tem ocupado os espaços do homem de tal forma que não nos tem permitido realizar as velhas visitas à casa de amigos, jogar papo fora, sentir a alegria do convívio familiar. Os sítios de busca tem nos ofertado possibilidades mil para o preenchimento das horas vagas, diga-se: das raríssimas horas vagas que ainda conseguimos ter. E a tudo isso chamamos modernidade, vida moderna. Será que é mesmo assim que deveríamos chamá-la?

Acho que nos tem faltado nacos de amor, instantes de poesia, exercícios de paciência, minutos de humanidade, vontade de sermos felizes. O dinheiro continua sendo a mola mestra de todo o processo moderno de sobrevivência. Vivemos a ajuntar valores materiais e nos esquecemos do que é realmente mais importante para nós. Quando nos lembramos que estamos vivos, já estamos mortos há tempo. Tudo passa com a velocidade dos esquecidos da vida. Cada instante que se vai não nos deixa a possibilidade de reconstruirmo-lo nunca mais. E por aí vai a história de nossas desproporções existencialistas.

Anos atrás eu tive a possibilidade de visitar alguns parentes na cidade italiana de Tórtora. Um lugar inesquecível. Fui a uma igreja católica assistir a uma celebração Eucarística e fiquei impressionado com o silêncio no local. As mulheres mais velhas portavam um lenço preto na cabeça e rezavam com uma intensidade de fé que me impressionou. Senti saudades do meu tempo de criança quando eu ia às Missas ao lado de minha saudosa mãe e que me era absolutamente proibido ficar conversando com os outros. Havia um respeito manso e ordeiro. Esses velhos tempos passaram, o que é uma pena!

Desde o advento da Revolução Industrial que o homem tem trilhado por caminhos diferentes e perdido o elo natural com a simplicidade do viver. Construímos uma liberdade perigosa demais para que seja defendida. Ousamos nos delimites do indecifrável. Avançamos por caminhos proibidos, tecemos sonhos desestrelados, dormimos pouco e voamos demais.

Continuo a sonhar com um mundo muito melhor do que este que aí está. Respeito as águias e seus vóos magistrais, sua forma digna de morrer, assim como os elefantes que para fazê-lo jamais atrapalham a manada.. Acho que deveria estar reservada aos humanos uma existência pacífica e nobre. Não podemos continuar sem ouvir a natureza. Refletir sobre os nossos problemas maiores é imperativo. Ponhamos o lobo fora de nossas almas, mesmo que nossos olhos continuem a enxergá-lo próximo de nossa vontade. Viver é um exercício mais natural do que pensamos.




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