Recebi, de meu amigo Prof. Ronaldo da Maia, o interessante texto abaixo, que divido com meus 6 ou 7 leitores de Usina de Letras (F.M.).
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Dileto Amigo,
Lavrei uma carta a um companheiro, o qual me solicitara um feixe de dados biográficos de LECH WALESA, antigo Presidente da Polônia, o que, de pronto, o fiz, todavia, pelas semelhanças gritantes colhidas entre o WALESA dos poloneses e o LULA-lá dos brasileiros, concebi que seria de todo alvissareiro também enviar-lhe esta matéria, a qual segue, em anexo, com meu cordial abraço.
Fraternalmente,
Prof. RONALDO DA MAIA.
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Caríssimo do Peito, WILLIAM DE FARIA:
Deveras, como me propusera, debrucei-me em fontes históricas seguras, quer da Alemanha, quer da França, Espanha e da própria Polônia, e eis que colhi alguns traços biográficos interessantes do ex-Presidente polonês, LECH WALESA, os quais, para seu conhecimento, comparação e avaliação, infra cuidarei em avançar
a) 1943 - Nasce na simplória cidade polonesa de Popowo, no dia 29 setembro.
b) 1978 - Envereda na profissão de mecânico de automóveis, depois convergindo à mecânica de maquinárias outras.
c) 1980 - Desponta com garra e coragem na influente cidade polonesa de Gdansk como um líder popular sério e batalhador, espontando à frente do Sindicato Solidariedade, desfraldando aí um belo, aplaudido quão humanístico programa sócio-político contra os horrores da exploração do Regime Comunista, que então governava com mão-de-ferro o país.
d) 1981 - Obtém o apoio imprescindível da Igreja de Roma, mercê do Sumo Pontífice polonês, o Papa JOÃO PAULO II, o qual o cobre de bênçãos, orientações e prestígios, o que ecoou com substanciosa força e vigor incomum no seio da sociedade polonesa, de estrutura maciçamente católica.
e) 1983 - É agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, o que lhe bafejará uma peça de reconhecido peso positivo, notadamente no campo internacional, em face do que tal honraria lhe recai aos ombros com dividendos de proveitoso sucesso nacional, sendo concebido como Herói da Nação.
f) 1990 - Dezembro deste ano é estupendamente eleito Presidente da Polônia, ou seja, o primeiro Mandatário Polonês não-comunista a governar um país fundamentalmente comunista: um mecânico chegava pelas mãos de seus compatriotas ao Sumo Poder!
g) 1995 - Novembro deste ano foi vergonhosamente derrotado nas urnas pelo Partido Comunista, quando foi eleito ALEKSANDRE KWASNIEWSKI, quando, então, retorna ao Poder na Polônia o Regime Comunista, que seu povo em 1990 varrera de cena, ao conduzir WALESA à Cátedra Presidencial, entrementes, este mesmo povo, que corajosamente o colocou à frente do destino da Polônia, condenou sua pífia atuação como Supremo Mandatário da Nação: as hesitações, os acordos esdrúxulos, as atrapalhas, enfim, os desmandos administrativos, tudo isso à luz de uma verdade incontestável, qual seja a de que LECH WALESA mais bebia "vodka" (água-ardente em polaco) do que governava o país... e tais despautérios levou o sofrido Povo Polonês a preferir os rigores do Comunismo ateu do que as bebedeiras do Solidário católico, e, por tais razões, o eleitorado polonês não lhe deferiu um segundo mandato, preferindo confiá-lo a um comunista, de sorte que, a partir daí, o fracassado WALESA mergulhou em sombria existencialidade, e hoje, já envelhecido, obeso e esquecido, cuida de gatos e dos oito filhos que gerou com sua esposa, DANUTA GOLOS, com quem se casou no ano de 1969, enquanto amarga as frustrações que legou ao esperançado Povo Polonês.
2. Querido WILLIAM, teça você mesmo seus paralelos e tire suas próprias conclusões, contudo, há traços bem vivos de estreitíssima semelhança entre o LECH WALESA dos poloneses e nosso LULA DA SILVA dos brasileiros, notadamente um ponto que deixei, propositadamente, para sublinhá-lo no final desta minha mensagem, e este nos dá conta da mudança de temperamento que o WALESA adotou, porquanto antes, um homem humilde, simpático, educado, cheio de tomadas de decisões sábias, inteligentes, eficazes, personalidade ativa, dinâmica, no entanto, depois, justo ao suster as rédeas do Governo de Varsóvia, quiçá, por conta das muitas vodkas, vai transformar-se em um homem medroso, apequenado, grosseiro, ríspido, vacilante, mentiroso, deslumbrado com as vantagens do Poder, cercado de assessores medíocres, enfim, um governante inexpressivo.
3. Despeço-me augurando-lhe uma viagem de paz e plena de felicitações e êxito, neste seu retorno a sua cidade natal na Bahia, para o que contribuo humilde e fervorosamente com minhas orações e minha Bênção no Senhor, a qual estendo a seus dignos familiares, todos exitosos pelo transcurso da efeméride do aniversário natalício de noventa anos de sua matriarca Avó Materna, para quem, em especial, manifesto minha Moção de Parabéns.
Com afeto,
RONALDO DA MAIA
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