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Discursos-->Lançamento do livro STIGMA de Valdívia S. Beauchamp -- 22/11/2003 - 08:51 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BRASÍLIA, 21 DE NOVEMBRO DE 2003
Discurso no lançamento do livro STIGMA, de VALDÍVIA S. BEAUCHAMP, na CASA THOMAZ JEFFERSON

Cabe à elite pensante realizar a grande revolução e guinada da história, neste novo século e início de um novo milênio da era vulgar.
O homem deve pensar, pode divergir, mas antes de tudo deve ser tolerante. Das idéias, nem sempre convergentes, brota a imensa variedade de pensamentos que norteiam a humanidade e lhe abrem o caminho da verdade.


LANÇAMENTO DE UM LIVRO

O lançamento de um livro é uma festa não só, para o escritor e poeta, mas principalmente para o ledor, que, além de passear pelas avenidas e praças e teses e teorias, que o escritor concebe e o poeta cria e o animado leitor vive e vibra, ainda se confraterniza com ele, seu ídolo, e saí do mundo das idéias para o universo dos fatos e vê-o, conversa com ele e convive com ele, desta vez, in concreto.

Ao iniciar, tenho a satisfação de cumprimentar os estimados amigos que ornam esta festa de gala e luz, com sua presença, especialmente, o senhor seu pai, minha cara Valdívia, o Dr. Francisco Targínio de Siqueira, o Dr. Walter Costa Porto, a embaixatriz Ana Maria Assunção, a escritora Branca Bakaj, o escritor Luiz Mazolilo, o jornalista Heitor Andrade e sua esposa e os queridos e sempre bem-vindos admiradores da escritora que faz o lançamento do livro que já nasce clássico.

A escritora, VALDÍVIA BEAUCHAMP, pegou-me de surpresa. Pediu-me que fizesse sua apresentação e a do livro STIGMA, na noite de autógrafos, já marcada para o dia 21 de novembro deste ano, na conceituada escola de inglês, CASA THOMAS JEFFERSON, à qual se sentia intimamente ligada por laços de amizade e ideais e por que não de amor, tal qual filha e mãe?
Isto há quase três meses, por sugestão da minha querida amiga JOSÉLIA COSTANDRADE, a notável e doce escritora, poetisa e artista plástica, a madrinha da Brasília fundada pelo também desbravador brasileiro, o Presidente Juscelino Kubitschek.
Mas por que eu, se tantos poetas, escritores, artistas e amigos seus poderiam realmente fazer seu debute, com maestria melhor que a deste pobre mascate das artes literárias e jurídicas?
Pus-me, então, a refletir e buscar as razões que a conduziram a este caminho sem fim, sem saber eu se poderia ou não me desincumbir desta árdua, mas sem dúvida honrosa e nobre missão.
Não há nada mais significativo para um escritor, para um poeta ou para um aprendiz, como eu, da arte de escrever e de tentar transmitir um pouco de suas idéias e concepções, do que ser padrinho de uma escritora que soube, como ninguém, fazer de uma dolorosa história de um povo – os hebreus – que há milênios tenta descobrir o porquê da brutal perseguição que lhe movem, e que e, por isso mesmo, busca sempre novos horizontes e novos mundos, onde possa, com seu trabalho, esforço e talento, construir um universo de paz e solidariedade.
Procurava penetrar fundo na minha mente e na minha memória, em busca da luz que me iluminasse e fizesse saber o que há de comum entre mim e a autora de STIGMA, a saga por um novo mundo.
Lembrei-me então que, há não muito tempo, escrevera também um pequeno livro para crianças de todas as idades – OS HEBREUS – HISTÓRIA DE UM POVO, com o propósito de fazê-las conhecer, de forma amena e singela, sem floreio nem filigranas, um pouco da história do povo da Bíblia, fonte das três religiões monoteístas, contando, a doce professorinha de minha história, que o judeu contribuiu significativamente para a descoberta e colonização do novo mundo e deixou fincado nestas terras seus traços imorredoiros sem, contudo esquecer suas raízes.
Eis aí, meus queridos amigos, o elo espiritual que nos une: duas pessoas que não se conheciam, porém tinham em comum a história do mesmo povo, enraizada em suas almas. O estilo coloquial e franco, com a narradora das histórias contadas em forma de diálogo, mostra que nada acontece por acaso. Tudo tem sua razão de ser.
E a gentil desbravadora deste Brasil inóspito, do nordeste holandês, governado pelo Príncipe Maurício de Nassau, vai fundo na alma dessa gente, que trouxe em suas naus o judeu perseguido, o judeu que povoara por algum tempo a Nova Holanda brasileira e que, de repente, sai em busca de um novo paraíso e funda a Nova Amsterdã – matriz de Nova York, no futuro país da promissão e que se tornaria os Estados Unidos da América. E, então, os judeus da Nova Holanda brasileira criam a cidade que viria ostentar em sua grandiosidade a Estátua da Liberdade.
A vida é o bem mais precioso, mas a vida sem liberdade não tem qualquer significado, nem dignidade e a autora deste livro que, reputo, desde já, um clássico, retrata, com poesia, a vida destes abnegados sofredores, mas não se deixa levar por um pieguismo vulgar, que se não se conciliaria com as batalhas e sofrimentos destes pioneiros das duas terras inóspitas que marcariam sua presença para sempre.
Valdívia conseguiu, sem dúvida, pintar com tintas fortes a sociedade de então, com um realismo vibrante conseguiu com talento transportar o leitor para um mundo que parecia esquecido.
Eis o poder de uma artista, de uma escritora, de uma poeta, de uma contadora de histórias, de uma artífice da palavra, de uma artesã ou de uma ourives da imaginação e da inteligência, enfim de uma a arquiteta de diálogos, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
Assim é VALDÍVIA. Assim é STIGMA.
E Valdívia não tem ilusões. Escreve com a tenacidade de quem quer rememorar o sagrado. Escreve um romance lúcido, suave e doce como sua alma, porque nela está sempre presente a poetisa, a deusa da palavra. Nada se perde. Dois mundos distantes, um do outro. Pernambuco ou Nova Holanda e Nova Amsterdã ou Nova York. No entanto, tão próximos graças aos pioneiros desbravadores.
Valdívia soube dar vida. Valdívia não se perdeu. Não ficou sem rumo, porque seu talento conseguiu construir dois mundos distintos e, paradoxalmente, tão íntimos.
Você provou que todo ser humano traz em si a energia celestial, mas poucos sabem utilizá-la. Você, minha cara amiga, soube fazê-lo, com maestria, tornando seu STIGMA uma obra duradoira e um retrato fiel do que foram os judeus de Pernambuco e de Nova Amsterdã do século da colonização.
Parabéns, minha querida amiga, poetisa e escritora. O seu trabalho não foi em vão, e por isso aproveito para homenagear a mulher, na pessoa da escritora VALDÍVIA:
MULHER

colaboradora graciosa do homem,
a fonte primeira de sua inspiração
e o traço de união entre os seres humanos,

a suprema deusa,
a suprema princesa,
a acalentar o homem altaneiro,
com sua ternura,
com seu amor,
com sua doçura,
com seu calor!


E assim a viagem se fez bela, encantadora e sublime!
Parabéns.



Leon Frejda Szklarowsky:.








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