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Cartas-->Espinho da ausência -- 22/07/2005 - 19:48 (Cheila Fernanda Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lúcia

Você se foi tão de repente e, agora, sinto que pra você não foi de repente. Como não percebi isso? Sinto-me pequena por não ter entendido sua grandeza... Sinto-me fraca por não ter podido ser forte...
Quanta dor você não amargou só! Que enorme sofrimento ocultou em seu rosto sempre aberto em sorriso!
Ah!... Como está sendo difícil suportar sua ausência! Dói fundo, cutuca como espinho! A cada momento tenho a impressão de que você vai subir a escada dizendo : “tudo bem, comadre?”...
Você não sabe como vai ser amargo o tradicional chá da Sílvia. Jamais terá o mesmo sabor porque não terá a doçura da sua presença, nem o calor de sua conversa sempre tão agradável e fluente...
Como vamos fazer agora para comer a costela no Alemão?
Quantos planos sem concretização!
É difícil, dificílimo acreditar que você se foi. E entender, mais ainda. Aceito porque certamente sua missão foi cumprida e você já deve ter conquistado a todos aí aonde foi com seu sorriso. O mesmo sorriso que ficou esboçado em seu rosto para nos mostrar que você foi pertinho de Deus.
Até um dia, comadre!
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