Joaquim e Manoel eram amigos desde a infância. A amizade era tão sólida que, quando Manoel completou a maior idade, resolveu ir embora para o Brasil, confidenciando ao amigo:
– Joaquim, eu estou indo embora para além-mar. Quero deixar aos teus cuidados os dois únicos tesouros que tenho na vida – minha santa mãe e o meu querido gato! Cuide deles como se fossem teus. Nunca os abandone. Qualquer novidade me informe imediatamente.
Depois de uns três anos morando no Brasil, Manoel recebeu um telegrama urgente descrevendo: “MANOEL, SEU GATO MORREU”.
Manoel teve uma crise nervosa e histérica tão grande que, depois de gritar e rolar pelo chão durante horas, conseguiram sedá-lo e o levaram para um hospital.
Mas, o choque pelo falecimento do gato não parou por aí.
Quando teve alta do hospital, Manoel foi submetido a diversos tratamentos psiquiátricos. Durante anos se tratou com psiquiatras e psicólogos. Até terapia em grupo Manoel teve que fazer.
Depois deste longo período de tratamentos Manoel melhorou e começou a levar uma vida normal novamente.
Para tanto escreveu para o amigo Joaquim reclamando do ocorrido com as seguintes palavras:
– Joaquim, tu deverias ter dado a notícia do falecimento do gato de uma forma mais amena. Primeiro tu me escrevias que, o gato tinha subido ao telhado. Em uma outra carta dizendo que, o gato tinha caído do telhado. Na terceira o aviso, seu bichano está na UTI de uma clínica veterinária. Na quarta missiva você me relataria a triste agonia do gato. E, assim, eu ia me preparando para o pior!
Passaram mais uns cinco anos depois da carta do Manoel para Joaquim, quando numa bela manhã, Manoel recebe um outro telegrama relatando: “MANOEL, SUA MÃE SUBIU AO TELHADO”
Será necessário continuar com a história?