Londres, 07/07/2005. A Nação dos contos de fada vê sua capital atacada covardemente e sem aviso por monstros que têm como único objetivo causar destruição, pânico e morte... covardes que se escondem por trás do sangue de inocentes. Uma mistura de sentimentos tomam conta de mim ao escrever este texto: tristeza, revolta, medo, dor, mas acima de tudo, determinação. Sim, assim como todos habitantes dessa cidade maravilhosa, a determinação de não nos curvarmos e não nos entregarmos aos anseios terroristas que tentam espalhar o medo e alterar nosso modo de vida.
Quero aproveitar esse texto para agradecer aos inúmeros telefonemas e mensagens dos amigos preocupados com nossa segurança. Mesmo estando tudo bem agora, ainda é duro falar ou escrever a respeito. Por isso esse texto não foi escrito logo após os incidentes.
Algumas pessoas tentam justificar os atentados terroristas com o fato de nosso Primeiro Ministro ter apoiado a decisão americana de declarar guerra contra o Talibam, no Afeganistão, e contra o governo ditatorial de Saddam Hussain, no Iraque. Os terroristas não precisam de motivos, a principal meta deles é destruir e matar inocentes. Lembremo-nos de que os atentados de 11/09/2001, na América, aconteceram antes de Afeganistão e do Iraque...
A população de Londres e do Reino Unido como um todo, incluindo os partidos políticos de oposição, neste momento unem-se ao nosso Primeiro Ministro. Nossos agradecimentos vão aos profissionais dos serviços emergenciais (paramédicos, policiais, bombeiros, médicos etc) que mostraram-se preparados e com inquestionável competência. Nossos corações estão com as inúmeras vítimas e seus familiares.
Londres está mais forte e sua população mais unida. Jamais nos curvaremos aos anseios dos terroristas sem face que covardemente matam inocentes em nome de suas causas. Como resposta aos terroristas, utilizo-me de uma célebre frase de Jung que representa o pensamento da maior parte da população britânica: "Aqui jaz o fantasma do medo, que foi derrotado por alguém que não teve medo de ter medo, e o venceu".