A barafunda que se meteram os éticos petistas não tem paralelo em nenhuma das nossas “ repúblicas’ – seja ela velha, nova, anciã;
O que se assiste e assistiu foi a embriaguez do poder. O fugaz momento do deslumbramento que antecede as grandes derrocadas.
Festas, passeios, vinhos, destilados... tudo, tudo! Sem paralelo na nossa história.
Todos estavam planejados na proposta política de se abraçar o País ad eternum. Não era uma proposta de governo, mas de tomada de poder.
Foi assim na Rússia, czarina dos paises comunistas. É assim em Cuba – onde o totalitarismo se mantém no poder enquanto respirar o caudilho... E haja loas ao regime num pais de faz-de-conta.
Se tudo fosse muito bom por lá não haveriam debandas como acontece – quando as oportunidades surgem.
E são esses paises os dogmas e sonhos dos atuais representantes de nosso Brasil.
Vemos pelos noticiários a pobreza extrema como vivem...
Aqui também vivemos com muitos pobres. Famintos. Desvalidos. Lhes falta tudo. Até a dignidade.
Sim, porque se o homem não tiver dinheiro no bolso para alimentar a sua família não tem dignidade,
Se o aparelho do Estado não lhe garante sequer o tripé: saúde, educação, segurança – é um povo aviltado.
Pior, ainda, se não tiver emprego. Acresça-se a isso a sua lesão no quesito esperança.
É o que acontece aqui. Agora.
Os lulistas foram lesados, e, a reboque, - nós outros brasileiros, que também não soubemos impor as nossas vontades.
Com o circo pegando fogo, literalmente, ( aliás... está de um jeito que ninguém, em Brasília – grita: PEGA LADRÃO! ) periga a cidade ficar quase deserta! – mas como dizia, com o circo pegando fogo, o pessoal do poder se vestem de noivos caipiras e zombam de nós, regando bofes com caras guloseima, caros charutos cubanos, destilados de 12 anos...
É esta a zombaria a que estamos todos expostos! Todos, independentemente de credo, raça, cor ou grana no bolso.
Sim, Senhor Luiz Inácio Lula da Silva – o Senhor nos expõe ao ridículo quando arma festas fenomenais.
Sobra em tua mesa. Falta na nossa.
Zombas de nós – quando diz nada saber do que ocorre no seu quintal...
Ora onde se viu um filho ficar bilardário e o pai não saber como?!
Tenho filhos formados, pós-graduados, com excelente currículo e nenhuma estatal ou empresa com “ pé no governo “ vem lhes oferecer qualquer tipo de parceria!
Zombas de nossa inteligência, Senhor Presidente!
Mas não se engane, Presidente – a história já lhe reserva um lugar no panteão das grandes decepções.
Sobre isso já escrevi uma vez – quando o comparei ao Lech Walessa, (...), e o esquecimento será tua sina, pois a tua atuação é/foi ainda pior que o Kamarada Lech.
Pois volto a perguntar-lhe, Senhor Presidente: e agora ?
Dizer que o deslumbramento é a ante sala da corrupção e malhar no conhecido.
Dizer que Sua Exa. e cúpula se sentiram os deuses do mundo após a sua eleição é pouco...
Foi lhe dado o poder - o magnetismo mais potente a terra e puxastes para o seu lado a escória política – os perdedores do teu partido – quando podias – dentro da nossa sociedade – ter buscado o brilho perene.
Embriagou-se no afrodisíaco mais baixo – quando podias ter atado em si competência, talento, vivência, experiência.
Existiam mais de 53 milhões de motivos para isso... mas não, buscou compuscar-se com os títeres do mau caratismo... aliou-se aos ímpios.
Jogou pérolas aos porcos.
E o tripudio veio em dose cavalar: champanhe, caviar, roupão com algodão de Marselha, charuto cubano, destilado da Escócia, lençóis de cambraia chinesa... Os nossos empresários já não fabricam nada fino o suficiente para a turba.
Acompanhei por meses a pedido de compra da Presidência ... e ficava enojada de ver a quantidade de papel higiênico que solicitavam... agora, entendi para quê!
Precisavam de um estoque cavalar para tentar limpar toda a sujeira que nasce feito erva daninha...
Foram tantas as orgias que aí está o resultado: desmoralização completa do modelo de ética, do paladino do moral, que se diziam representar.
E o resultado é que estamos todos de luto.
Mas não é um luto partidário.
Não é o luto pela queda de uma sigla.
Estamos – de novo – reunidos – para chorar a morte dos sonhos, da dignidade, e da nossa classe política.
Estamos mais pobres... E aqui – apesar dos valores absurdos que ouço dizer que movimentaram e que sequer imagino como sejam – não falo em valores monetários. Estou falando, em última instância, da auto-estima, da esperança, da alegria, de democracia... Por isso digo:
Indignemos-nos!
Protestemos!
Falemos!
Se for preciso, pintemos-nos – de novo – de verde-amarelo!
Vamos às ruas!
Mostremos que não dá mais!
É o que nos resta!
Peço que façam chegar a minha carta ao mendigo que se tornou rei...
Delasnieve Miranda Daspet de Souza
delasnievedaspet@uol.com.br