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cronicas-->As nossas fugas -- 21/02/2010 - 09:11 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As nossas fugas


Não é mais comum, como no passado, falar de amor, ser romàntico, declamar um poema, saudar alguém desinteressadamente. Os tempos passam rápidos e com eles os nossos costumes. Instalou-se entre nós, no mundo moderno, certa selvageria que nos tem impedido de ser simples, amáveis, delicados para com nossos semelhantes.
Creio que permanece dentro de cada um de nós uma certa gêmula gloriosa de amor que não nos deixa apagar totalmente essas coisas esquecidas na prática rotineira dos dias atuais. Ouso pensar que essas fugas estão com seus dias contados e que nós, seres esquecidos temporariamente, voltaremos a ser líricos.
Tudo passa. Certo dia alguém me contou uma historieta deveras interessante. Guardei-a comigo e, quando estou muito preocupado com certos episódios rotineiros, volto a refletir sobre ela e nela acho o abrigo depreendedor que busco. Disseram-me que, em tempos imemoriais,um certo rei invejoso soube que havia em seu reino um comerciante mais rico que ele. O rei furioso, então, exigiu a cabeça do comerciante rico. Antes, mandou-o chamar e deu-lhe o veredicto, dizendo-lhe sua sentença de morte. O comerciante vendeu tudo o que havia acumulado de riqueza e mandou confeccionar uma belíssima coroa de pedras preciosas para presenteá-lo, justamente com as pedras mais caras existentes à época. Mesmo assim o rei não se sensibilizou com o presente e manteve a sentença, porém deu ao comerciante rico uma última chance: disse-lhe que nada lhe aconteceria se ele conseguisse lapidar uma frase que, em sendo lida,alegrasse quem estivesse triste e entristecesse quem estivesse alegre. O comerciante levou semanas pensando e fez a dita frase. Retornou ao castelo do rei, retirou a coroa de sua cabeça e nela pregou a frase que havia tecido. Dizia ela: "Na vida tudo Passa" E, quando alguém passava em frente ao rei e lia o que estava escrito em sua coroa, se estivesse alegre, saberia que sua alegria não seria para sempre, do mesmo jeito, quem estivesse triste, saberia que sua tristeza teria um fim. E com isso o comerciante livrou-se da sentença horrenda que o dito rei havia lhe prometido.
Todos os dias reporto-me à força que representa dentro de minha alma essa historieta. Pensando assim é que aposto que esse quadro atual de desamor, por que passa o homem moderno, passará. Não é possível que a humanidade não se sensibilize para exercitar fervorosamente a fraternidade e o amor universal. Será que teremos que encontrar um comerciante rico e sentenciado por algum rei egoísta para que achemos nossa própria frase? Não. Eu acho que não deveremos chegar a esse ponto. Ainda não nos esquecemos de tudo. Reconheceremos as nossas faltas e retornaremos a exercitar o lado bom que deixamos hibernar dentro de nós. Eu creio nisso. O mundo ainda será um celeiro de gente amável. Merecemos viver como gente. O capital foi feito para servir ao homem e não para servirmos a ele, engalfinhando-nos com as rédeas de ambições desnecessárias.
Tudo isso tem nos acontecido porque deixamos de acreditar em Papai Noel, pedir a bênção aos nossos pais, ceder o lugar para os mais velhos nos transportes coletivos, respeitar os idosos, principalmente os nossos mestres. Tornamo-nos reis egoístas das facilidades modernas. Pregamos culto ao dinheiro. Alimentamos uma ambição sem freios, desmedida. Se pararmos para pensar, acharemos o tempo para realizar tais mudanças. Conclamo aos que sofrem a lerem a frase na coroa do rei e, aos alegres a fazê-lo também. Afinal, tudo passa. Só não passarão jamais as palavras de Deus! Pensemos nisso!

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