-Olhe,
(eu olho fundo em teus
olhos e percebo-os um tunel)
o importante mesmo e
conservar a porta aberta.
-mas assim voce esta deixando
tudo para eu resolver
(eu vejo o tunel , ficando pequeno
quase me sufocando)
- nao e bem assim...
- claro que e, eu que fique
e me vire
- eu nao queria ir...
-entao nao va...
- mas e preciso,
- o que voce quer que eu faça?
( pensei em dizer:venha comigo,mas
nao existe mais tunel, nao tenho
certeza se estou so)
- que nao mate as possibilidades.
- mas se voce for nao possibilidades para matar.
-voce ta sendo tragica.
- e voce simplificando demais os termos.
- e so uma questao de tempo...
-e sentimento, e sol, e gente. E tudo...
(meus argumentos estao acabando,
nao tenho certeza se o que proponho
e o certo, alias nao tenho mais certeza
de nada)
- talvez esteja pedindo muito a voce...
(abrem-se todos os tuneis, nao as saidas,
eles crescem, tornam-se absolutos)
e vem o silencio, imenso
necessario. E eu sinto frio,
e pego o onibus,
e lavarei meu rosto de madrugada.
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