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cronicas-->Haiti -- 14/02/2010 - 09:41 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Haiti




O Haiti, um país paupérrimo encravado em uma das regiões mais belas das Américas, vítima de um pesadelo horrendo, dado por esse último terremoto que o assolou de Norte a Sul, Leste a Oeste, em um silêncio mortalmente destruidor, de corpos e de almas, resultado uma sísmica e indesejada realidade, é de quem falaremos hoje.
Há tempos que estamos acostumados a ouvir e ver na mídia internacional, acerca da crónica ajuda ofertada pelas Nações Unidas, para aquela gente desprovida até do fólego de vida. O Brasil foi e continua a ser uma forte ajuda presencial nesse contexto solidário internacional. É comum ver-se militares brasileiros patrulhando, milagrosamente quase, as ruas da capital Porto Príncipe, na tentativa de evitar os saques pela população e outras desordens que são frequentes em um país sem Pátria e sem cidadania. Lá, parece, a insegurança pública e a miséria social encontraram terreno fértil para se estabelecerem. Um quinhão belo por natureza e pobre por interesses exclusos e inconfessáveis. O senhor Barack Obama sabe muito bem do que estamos falando!
Ser um ditoso vizinho da América rica é tarefa deveras complicada. O Haiti faz parte de uma geografia muito cobiçada. Por estar contido em um estratégico cinturão de terras, é visto com interesses os mais diversos. Em tudo isso acha-se o denso e imortal olhar americano, vasculhando cotidianamente as terras do seu vizinho pobre. Viver nessa região é um exercício complicado demais. Os poderes político e militar americanos são imperdoavelmente opressores. As bananas do Haiti não geram cobiças, mas a sua terra localizada estrategicamente, essa sim, tudo fomenta ao olhar dominador dos yanques.
Pobres, negros e indefesos. Não se haveria aqui de acrescentar outros adjetivos a esse povo, que desinteressasse mais aos seus vizinhos poderosos, ricos e chiques. O Haiti, creio eu, apenas representa enquanto nação frágil que o é, para a América rica, um caso a ser dominado a qualquer hora e por um preço nem tão oneroso para os cofres intelectuais e militares dos americanos colonialistas. Sua ocupação é vista como algo imensamente estratégico e inesquecível. Talvez, quem sabe um dia, o Haiti não se transforme em um importante fornecedor de frutas e legumes para Nova York. Mas eu espero que os outros vizinhos não se deixem levar imparcialmente frente a essas ameaças mesquinhas. Esse povo não pode ser entendido como fraco e fadado ao sofrimento. Essa retórica é, no mínimo, ilógica.
Os haitianos são um povo fértil da melodia da vida. Por ser uma nação desgovernada, tem se tornado um Estado inexistente, que tem despertado a cada dia mais o interesse yanque. Ter esse povo dominado, para os americanos, é algo sonhado com fervor.
Eu não sei até onde a ONU encontrará lógica nessa sua política protecionista para o Haiti. Em meu parco entendimento, creio que a insegurança pública e a miséria reinante no Haiti são frutos indigestos da falta de emprego e trabalho. A população vive a mercê da ajuda internacional e pronto. Não se faz outra coisa senão esperar que cheguem do exterior a ajuda humanitária capitaneada pela ONU. Os vàndalos haitianos o são assim, devido à absoluta ausência de cidadania e de ordem social naquela nação. A ONU tem tentado conter a desordem. A ordem tem ficado para depois.
Há no Haiti um povo de alma cantante, descendentes dos melodiosos africanos, historicamente tão incomodados pelo ocidente branco. Há no Haiti um solo fértil que a tudo dá, porém, paga por um pecado não cometido: o de ser vizinho do país mais poderoso do mundo e cultivador da dominação alheia. A ONU precisa pór o Haiti no caminho do desenvolvimento, isso, sim. Essas ajudazinhas enganadoras, principalmente nas épocas de catástrofes, são exíguas demais. O povo haitiano necessita é de uma ação mais enérgica e não de um discreto pastoreio militar em suas ruas. O país está sem moeda, sem governo, sem alimentos. O que pode esperar-se de uma nação com essas características?
O terremoto que assolou recentemente o Haiti foi um acontecimento absolutamente natural e que era previsto com fartura nos relatos científicos atuais. Mas o país tinha que entrar no caos para se tornar menos complicado uma invasão intelectual americana, a fim de preparar o terreno para a outra definitiva e tão sonhada pelo poderio militar americano. Se ele tivesse acontecido em Nova York, certamente não teria tido esse fim trágico que vimos no Haiti. O fólego da ONU no que tange a essa particular ação humanitária ao Haiti que estamos vendo, merece ser reestudado e reaplicado de forma mais humanamente convincente e longe dos interesses, quaisquer deles, americanos.


OPINIÃO






















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