a.m.o.r.
- texto escrito pela visão de um homem heterossexual.
palavra que sai como sopro. amor. que sai como suspiro intenso e longo. ninguém a diz sem doer, ninguém a diz sem gemer. amor são cabelos molhados no travesseiro ao lado, a silhueta nua à luz da lua, beijos doces e molhados, olhos tristes e carentes. o amor são toques suaves e delicados, neste coração juvenil.
o amor é essa busca pela juventude, pela adolescência, pela irresponsabilidade, por atos inconsequentes. chega de lógica, razão e problemas, o amor é carregar no colo, sorrir e olhar. olhar não, admirar; investigar os gestos, as formas, as curvas, os sinais, os sonhos. é sentar ao lado e ver o pôr-do-sol dentro de si.
é a tentativa de ser animal. a vontade de "não-saber" que vai morrer, como os animais. de ter aquela paz sublime dos esquilos, de voar livremente como os pássaros, de galopar ao vento como os cavalos, de ter um sentimento quente do lado esquerdo do peito.
amar, agora amar, é dormir sem deixar de pensar na amada. é sonhar com ela e tentar buscar o sonho de volta logo em seguida, mas não, o sonho não volta. é a tentativa de resgatar a felicidade, a "eterna" felicidade. amar é dizer alma, coração, destino e "eu te amo", sem soar brega. é acordar no meio da noite e tê-la dormindo ao seu lado e não poder segurar uma lágrima. é sussurrar ao telefone, baixinho, para o coração dela ouvir. é não se masturbar por ela. sentir o coração gelar quando se aproxima. ter o abraço mais gostoso do mundo, e ter um beijo tão delicado e tão vivo que teus lábios não param de desejar. ouvir canção de amor em inglês e achar que foi feita pra vocês. amar é dizer que é para sempre, ter a certeza disso, e jurar que nunca vai acabar, mas acaba. buscar na amada o sentido pra vida. jurar que não trai, e não trair. apertar a mão e sentir a vontade de não desgrudar nenhum segundo. olhar no infinito dos olhos dela e ver a sua imagem, como se fosse você que estivesse ali dentro. é enxergar o mundo pela forma dela enxergar as coisas.
por fim, amor é isso. é aquilo. é ter aquela vontade de tudo e nada ao mesmo tempo, e não ter vontade logo depois. é poesia, é canção de ninar. e não se define em uma palavra, com a única exceção do nome da amada.
...fim
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