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Cartas-->Carta de CHAGAS VAL a Francisco Miguel de Moura -- 09/07/2005 - 20:30 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
São Luís (MA), 30 de agosto de 2002.



Caríssimo Poeta Francisco Miguel de Moura,



Acabei de ler Vir@gens, e é sob o impacto dos seus versos que lhe escrevo. O livro traz a inconfundível marca de seu estro, com poemas sucintos – e o que é curioso – admiráveis sonetos. Aliás, quanto aos sonetos, penso que eles ficariam mais bem situados se ocupassem um corpus único do livro porque você é um sonetista de peso. Faceta que eu ignorava do seu multifário talento, e sem falar das invenções concretistas e dos jogos combinatórios, como no poema “Brincando de letras” p. 95.
Mas o que demonstra sua inarredável vocação poética é o fato de os poemas de Vir@gens serem tensos e lapidados como diamantes de boa cepa. O lirismo é contido, como se o poeta tivesse receio de derramar-se em metáforas, e a contenção torna o livro mais interessante até porque a palavra tem maior significação, é um signo que sozinho empresta sentido ao verso transformando a poesia (ou o poema) em objeto.
Cabe aqui uma curiosa indagação: Por que tão diferente Vir@gens dos outros livros de Francisco Miguel de Moura? A mim me parece que ele caminha no sentido do poema-palavra procurando dizer o máximo com o mínimo de vocábulos até, se possível, chegar ao poema visual. Por outro lado, ocorre lembrar-me que ele pertence à família cabralina e nela até pedra vira poesia. Daí, então, pode-se concluir que Vir@gens não marca o final de uma sinfonia, não obstante as cores e as tonalidades “aparentemente diferentes”.
Versos curtos e sincopados são esses que dão forma e sentido ao livro Vir@gens , mas intenso é o ritmo do primeiro ao último poema, com exceção de “Acaso”, p. 40, que eu dispensaria. Isso, entretanto, não compromete o livro de Francisco Miguel de Moura. Ao contrário, comprova que o poeta sabe trabalhar com as palavras até a exaustão, e variadíssimos são os seus recursos artísticos.
Vir@gens é desses livros que exigem aprimorada leitura porque dele o leitor vai se aproximando com cuidado para evitar a tentação da pressa e a precipitação de um julgamento errado. Há meandros e caminhos que precisam de atenção e cuidados, embora os poemas sejam curtos e exatos a exigir pouco esforço de compreensão, que a beleza deles reside em serem simples e sem qualquer hermetismo. E isso é mais uma prova do talento de seu autor, que, ao final do último poema, nos dá essa lição de sabedoria sendo um grande poeta sem deixar de ser simples. E isso, meu Deus, é extraordinário num homem de tamanha sensibilidade!
Nesses ásperos tempos de campanhas políticas, é reconfortante ler-se poesia, que só assim a vida pode fluir com leveza, e Vir@gens tem o poder de embalar-nos os sonhos e a fantasia com seus poemas quase música a quebrar o monótono silêncio dos espelhos refletindo brancas e glaciais paisagens.
Estou olhando a beleza de seu livro como quem se aproxima de um belo edifício com sua arquitetura bem delineada, e os poemas vão-se-me apresentando iluminados e as palavras são admiráveis visões de um mundo redefinido pelo poeta.

Com o abraço do

CHAGAS VAL*


___________________
*Chagas Val nasceu no Piauí, mas pelo viver e o fazer é maranhense, morando em São Luís, onde produziu muitos livros dos quais o último lançado foi “O Código do Vento”, 2004, com uma estrutura poética bastante renovada em comparação com sua obra anterior. Poeta encantado com a forma e a palavra, os símbolos (entre os quais o rio e a água).
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