Na década de sessenta, aconteceu um acidente com um ônibus que ia do Recife para Campina Grande-PB, já nas proxoimidades da Rainha da Borborema, aí - mais ou menos - pela meia-noite.
A notícia logo se espalhou e as rádios Carirí, Caturité e Borborema, começaram a noticiar o ocorrido, com a informação de que teria havido dez vítimas fatais e mais uma dezena de feridos, cujos acidentados estavam sendo transportados para o necrotério e hospitais da cidade.
Na época, o encarregado do cemitério era um rapaz de uns vinte e poucos anos, que substituíra o pai aposentado. Quando soube da tragédia, foi a um boteco de um amigo e tomou uma lapada de cana, dizendo que estava se preparando para receber os defuntos. De fato, ao voltar ao
seu posto, começaram a chegar cadáveres e ele foi colocando-os em fila, no piso da capela. Depois que dez chegaram, já de madrugada, mas, ainda escuro, cançado e com sono, deitou-se junto dos mortos e adormeceu.
Quando uma porção de gente subiu a ladeira do Cemitério, encontrando o portão aberto (ainda na escuridão...), foi em frente até à porta da Capela, que estava entre-aberta. Uma mulher aflita que ia na frente a empurrou,e, ao ver os corpos deu um grito: "Oxente! Disseram que era dez e tem é onze!"
Foi aí que o coveiro deu um pulo e disse: "Eu não! Eu não morrí!"
O pessoal se assustou e desceu a ladeira em disparada! |