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Cartas-->Carta ao Comandante da Aeronáutica -- 07/07/2005 - 14:52 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De: "reservaer_w" < reservaer_w@ig.com.br >
Assunto: Ao Exmo. Sr. Cmt da Aeronáutica
Data: Thu, 07 Jul 05 09:07:26 Hora oficial do Brasil


Brasília-DF, 06 de julho de 2005.

UNEMFA – UNIÃO NACIONAL DAS ESPOSAS DE MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS

RESPOSTA AO “BOLETIM PERIÓDICO Nº 04, DE 05 DE JULHO DE 2005”
O Reajuste dos Militares e a Solenidade de Substituição da Bandeira Nacional

Exmo. Sr.
Ten-Brig-Ar LUIZ CARLOS DA SILVA BUENO – Comandante da Aeronáutica

Exmo. Sr. pedimos licença ao site RESERVAER, para através deste chegar à Vossa Excelência, esclarecimentos acerca do ocorrido no dia 03 de julho de 2005.

A UNEMFA manifesta a indignidade da família militar em razão dos baixos salários que vêm comprometendo em mais de 280% (duzentos e oitenta por cento) a nossa qualidade de vida, valor esse referente as perdas sofridas neste longo período de mais de dez anos.

Nossas ações sempre foram pacíficas e ordeiras. Nas solenidades de substituição da Bandeira, sempre nos portamos com civismo e patriotismo, cantando o Hino Nacional e o Hino à Bandeira. Esse momento para nós é de grande relevância patriótica. Só após, é que nos manifestamos.

Nossa intenção neste “bandeirão” era sairmos enfileiradas atrás da Banda da Aeronáutica apitando e batendo nossas panelas. Portanto, as nossas únicas armas eram nossa voz, apitos e panelas. Mas, a solenidade foi invertida como forma de nos ludibriar e a tropa estava fortemente armada para nos intimidar.

Chegamos à Praça dos Três Poderes e nos posicionamos do lado esquerdo do palanque das Autoridades, ao qual V. Excia. não compareceu.

Seus soldados da PA, inclusive os mais graduados, estavam sem identificação. Todos retiraram as tarjas de velcro dos seus bolsos. No local havia cães “pitbull” sem focinheiras, prontos ao comando para atacar. Um dos seus comandantes deu a ordem para “descer porrada” e nós somos capazes de identificá-lo, sabemos o seu nome, embora o mesmo estivesse sem identificação. O cordão humano formado por seus soldados PA, chutavam para frente o tempo todo e quando nós tentamos entrar para ir atrás da banda, eles nos agrediram covardemente. A toda ação corresponde uma reação. Nosso grupo está com quatro senhoras visivelmente feridas. Nada disso teria ocorrido se não fosse a truculência do comandante da tropa.

O que diverge do pensamento da família militar é a falta de dinheiro para saldar compromissos básicos da sobrevivência. Desrespeito para nós é a tropa endividada com descontos diretos no contra-cheque; é o nome sujo na praça; é um soldado recruta ganhando menos de um salário mínimo (inconstitucional) e tantas outras situações que se vivenciam na caserna, como suicídio dentro dos quartéis por endividamento e mortes de nossos homens por equipamentos sucateados.

É impossível conciliar-se a um governo corrupto e revanchista que causa tantos danos pelo não cumprimento de uma promessa enquanto o dinheiro público se vai pelo ralo. De fato, o militar fez do amor ao Brasil a sua profissão, porém a recíproca tem que ser verdadeira, pois só amor não sustenta a família, é preciso salário digno compatível com o grau de responsabilidade que o militar tem. Nós também amamos o nosso país, e muito mais ainda à nossa família, principalmente nossos filhos, que são os filhos do não.

A anarquia vivenciada nestes últimos dias reflete-se na corrupção de um governo irresponsável que vem gradativamente enfraquecendo as nossas Forças Armadas, apoiado por muitos que o defendem. Não somos cidadãs irresponsáveis. Estamos fazendo o que podemos para em parceria resolver esta situação. Anarquia é uma Medida Provisória editada arbitrariamente para tão somente prejudicar os nossos maridos militares e que está engavetada por quatro anos e que ninguém fez nada e aceita passivamente. Acredito que esteja passando da hora de exercermos nossa cidadania. Basta de apenas cumprir ordens e mais ordens. Basta de apenas deveres, nós também temos direitos que precisam ser respeitados.

Somos muito mais que mulheres de militares que deixam pai, mãe, irmãos e todo o parentesco, para ao lado nosso companheiro enfrentarmos qualquer situação. Somos pai e mãe de nossos filhos, quando nossos maridos partem em missão pela defesa dessa Pátria que não é mais a mãe que esperávamos. Somos mulheres inteligentes antenadas com o mundo e seus acontecimentos e não nos furtamos à justiça.

Lamentamos profundamente o episódio ocorrido e pedimos desculpas a todas as pessoas que sentiram-se ofendidas pela ausência do tão esperado ato espetacular que é a troca da Bandeira. Não estaríamos envolvidas nesta situação se essa questão já tivesse sido resolvida por quem compete à nossa defesa.

Esperamos de V. Excia um comportamento de defesa da tropa a exemplo do Comando da Marinha. Unam-se e exijam esse reajuste integral e retroativo, conforme promessa de governo.

Ninguém, a não ser Deus calará nossa boca diante de tanta injustiça e subserviência. Acampadas há sessenta e oito dias, sem conforto e segurança, deixamos claro que não aceitamos esse reajuste dividido. Caso aconteça, nos manifestaremos no dia do soldado e 07 de setembro.

ATITUDE difere do pensamento quando se concretiza na AÇÃO!

Atenciosamente,


IVONE LUZARDO – Presidente da UNEMFA NACIONAL, Diretoria e Equipe de Apoio




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