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Cronicas-->Como Gato Preto em campo de Neve -- 16/01/2010 - 10:01 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Eu descia a Garganta do Diabo, batizada por muito tempo como Vale dos Diabos" e, sem uma explicação plausível ultimamente Vale do Menino Deus, o radio sintonizado na 98.9, programa do Varela, quando no exato momento que por segurança engato a terceira na F 1000 escuto o apresentador entrevistar um médico, não dos meus agrados, no momento fazendo um curso nos estados unidos, elogiando a educação dos Americanos.
Um médico não ser do meu agrado não é privilégio nenhum seu, o contrario seria motivo de muitas perguntas, dos que me conhecem, para entender a minha simpatia. Com raras exceções eu não morro de amores pela classe. Pelas minhas andanças, quando morei em Alegrete, conheci um sacerdote da medicina. Dr. Romário Araujo de Oliveira, clinicava de graça, em retribuição sem nenhum pedido seu a cidade mantinha todo o seu sustento. Recomendo a todo médico a leitura de Danilo Assumpção Santos "UM SER DE SACRIFíCIOS E DE BONDADES" http://assisbrasil.org/joao/danilo.htm Em determinado momento a coorporativa classe fechou contra seus procedimentos e, ele passou a cobrar. Dependo do caso ele ia ao quarto do hospital deixando o dinheiro para o pagamento dele a ser efetuado pelo paciente na portaria. Federico Baioch, meu velho professor há mais de vinte anos vivendo "nos Felizes Eternos Campos de Caça" escreveu em seu livro Sorrisos, mais ou menos assim:
"Não gosto do médico como também do sacerdote. Talvez pela semelhança de profissão. O primeiro se diz sacerdote do corpo e o segundo médico da alma. Até no fim são semelhantes. Corre o médico tentando, debalde, salvar o corpo e o sacerdote a alma há muito perdida."

"Será que os Americanos só deixam sair para o mundo os mal educados"
Eu nunca estive nos Estados Unidos, como eletrotécnico não consegui ganhar dinheiro suficiente, não herdei fortuna e, nem estudei medicina, por falta de vocação e pelos parcos recursos familiares, assim nunca tive oportunidade de ver os americanos em seu próprio habitat, porém os que por aqui encontrei devem ter vindo de quaisquer outros pais, menos dos Estados Unidos, se observadas as palavras daquele médico.
Dei a este conto este nome, baseado no livro Gato Preto em campo de neve escrito, editado quatro anos antes do maior evento da minha vida, até os dias de hoje. Passamos a vida de iniciação em iniciação, pequenas iniciações frente as duas maiores. O nascimento e a morte. Um livro do qual tinha conhecimento, porém só lido por mim depois de iniciar esta crónica. Um livro falando de uma visita do autor aos Estados Unidos onde, tal qual, Solo de Clarineta o titulo nada tem a ver com seu conteúdo.
Conheci Érico Veríssimo, através de sua obra, ainda nos idos tempos de Escola Técnica de Pelotas. Guri pobre, mal de panos, sem dinheiro para festas, ou para ter mulheres de graça, tornei-me assíduo frequentador das bibliotecas. Entre tantos outros livros, dos mais diversos autores, Tibicuera e Ana Terra foram a minha apresentação à esse autor. Em verdade Tibicuera em li pela primeira vez na minúscula e incipiente Biblioteca do Ginásio estadual do Capão do Leão. Veríssimo, um homem ao contrario do médico supracitado é um homem a me merece muito respeito, mas que com esse livro surpreendeu-me pelo excesso de elogios a educação do povo americano.
Ainda na Escola Técnica a Professora de Português, Eny Feter Zambrano, leu para nós uma entrevista dele, onde fala da semelhança da Filha dele Clarissa, com sua protagonista, homónima dela, criada muitos antes de seu nascimento. Dizia ele que os desconhecidos, teriam certeza do livro ter sido escrito com Clariça servindo de modelo. O mais incrível nesta entrevista é o contrastante. com o encontrado agora por mim em "Gato Preto em Campo de Neve", quando ele diz ter nascido para ver o mundo pelo seu lado mais feio. Uma identificação com ele encontrada em mim naquele dia.
Como gato preto em campo de neve eu me senti a quarenta anos. Quando cheguei a Vacaria. Enquanto escrevo "O troco" e "A ponte do Segredo " vou retornando ao dia, ou a noite em que lá aportei. Uma noite geladérrima de dois de abril de 1968. e ao lembrar aqueles dias volto mais muito mais ao passado, quando em sala de aula e nas bibliotecas da escola e publica eu conheci Érico Veríssimo. O homem do Gato Preto em Campo de Neve
Encontrei dois campos de neve. No ambiente de trabalho. Os nativos com salário inicial menor aos dos técnicos mantinham certa inveja destes. Além deste fator havia outros, como as suas grandes dificuldades de admissão. Os nossos concursos eram só "pro-forma". Carreira na empresa, um técnico numa gerencia mesmo sem cargo tinha uma posição de comando, maioria dos técnicos rapidamente passavam a gerentes,. No outro campo os alienígenas à empresa, os consumidores de uma grande parte da gerencia, Antonio Prado, alguns distritos de Vacaria, Lagoa Vermelha e Ibiraiaras, eram de origem italiana para esse povo quem não é italiano é negro, considerado por eles uma sub raça.
Para os nativos, sedentos de cargos, a abertura política e o domínio dos diretórios políticos sobre as gerencias, foi o grande mapa da mina. Nesse momento qualquer afiliado político ou delegado sindical mesmo sendo semi-analfabeto poderiam galgar o posto de gerente. Da fundação da empresa até a segunda metade da década de oitenta os gerentes eram homens de carreira. Como dissemos em "O Troco" só houve, até então, um homem a ser admitido como Gerente, Eletrotécnico, egresso da GE, onde fora gerente, extremamente organizado, Maçom, Manoel Venàncio Dutra Rocha.
Uma gerencia conseguir um eletrotécnico era uma vitória. O estado com três escolas técnicas, uma delas federal, então a bem mais bem equipada da América Latina, em Pelotas, uma estadual, em Porto Alegre e, uma particular em Rio Grande, não dava conta da demanda. Principalmente a partir do momento do "Milagre Brasileiro".Quando a iniciativa privada passa a concorrer com a CEEE, na admissão de técnicos Coordenadores de admissão de técnicos eram alvos de presentes como o garrafão de vinho, queijo, copa ou mel da Serra Gaúcha, na conquista de simpatia para conseguir esses profissionais.. Isso é bem exemplificado pelo bilhete enviado, por Santarém, no envelope da minha apresentação a gerência.
"Manoel, um eu consegui o outro vai estar difícil, mas não impossível. Santarém"
Cheguei numa madrugada gelada. A gerencia só tinha três técnicos, o gerente, Manoel Venàncio Dutra Rocha, o chefe dos Serviços de Produçao, técnico mecànico, Demerval Rosa dos Santos e, com a minha chegada eu. Em todas as gerencias o gerente substituto é o chefe dos Serviços Técnicos. Em Vacaria enquanto lá permaneci nunca o foi. Primeiro para dor de barrigas do Chefe Administrativo, Wilsom da Silva Tigre o homem que levou o merecido troco, este cargo era exercido pelo chefe dos Serviços de Produção.. Depois como o chefe dos Serviços Técnicos era um mero eletricista foram os chefes dos Serviços Administrativos, Wilson da Silva Tigre substituído por um escriturário com pouco tempo de admissão na CEEE, Moacir Vaccaro o qual se demitiu da empresa quando, coincidentemente, a auditoria caia com todo o peso em cima da gerencia. Assim um jovem eletrotécnico, com toda a inexperiência de vida ficava a mercê dos velhos eletricistas e do pessoal administrativo.
Nos longos anos de vida, e vida profissional, fui criando restrições a algumas funções e profissões. Na CEEE, os técnicos de proteção de transmissão, eles eram os donos dos segredos bem assim como hoje aqui fora os especialistas em informática pois até os termos são em inglês técnico para manter o monopólio e a superioridade. Nas profissões liberais, tenho os médico os mecànicos e os revendores de automóveis.Para os últimos resolvi parcialmente o problema não vendendo carros. Eu os uso até incendiarem, roubarem-me ou em ultimo caso serem doados. Reduzindo o contato a cinquenta por cento, a compra. Mecànico, inclui o eletricista e o borracheiro, alguma coisa eu fui aprendendo para não ser enrolado. Porém, com o médico tudo é perdido, nada sei e ele me diz o que quer. Sempre fui arredio com essa classe principalmente depois de ler "Coma de Robin Cook, com eles não existe para quem se queixar além do "Bispo" pois o Coorporativisto vai além da união da Maçonaria. Certa feita, quando necessitava tratar-me, procurei o legitimo "Para-raios de encrenca", pois ele até podia errar nunca picaretear-me, caso isso acontece-se eu teria todos os médicos da cidade à porta da minha casa solicitando minha representação junto ao conselho de medicina. No entanto eu até hoje quatorze anos depois de aposentado considero os poderes e regalias concedidos aos pagadores da CEEE um entrave na empresa.
As minhas dores de cabeça com o pessoal administrativo, muitas vezes eram conquistadas por mim. Como todas as maiores encrencas da minha vida. Em todas as gerencias o pagador sempre pensa ser o dono do dinheiro. O dinheiro próprio ou não sempre da muito poder a quem o manuseia a exemplo dos gerentes de banco, daquele tempo remoto. Quando cheguei a Vacaria há muito pouco tempo haviam tirado os gerentes de banco do seu "santuário", o gabinete fechado, porém a sua mesa, situada ao fundo, era colocada sobre um estrado de aproximadamente 25 centimetros de altura, deixando o gerente em situação de superioridade ao suplicante, mormente acompanhado de um padrinho amigo do gerente. Naquele tempo os empréstimos eram liberados diretamente por eles.Tirar uma antecipação de viajem era realmente uma dificuldade. Como o Gerente viajava muito eu aguardava a suas ausências para executar essas requisições, assim eu não falava nem com o pagador, nem com o chefe administrativo eu ia direto ao Santos, apanhando com ele uma ordem, por escrito, inclusive com o valor, sem explicações da finalidade daquela antecipação. De posse dela eu ia até o pagador e, a qualquer pergunta respondia:
"Não sei ordem de Senhor gerente substituto. Está escrito ai, pergunta para ele" .
Um assunto preferido do Wilson era contar insucessos de técnicos das gerencias por onde passara, ou contados por amigos. Como já contei em "O Troco" ele deve ter curtido imaginar, até por ser o único benificiário se os técnicos quebrassem-se no fato da falha de sete de setembro, os piores resultados para eles com o rebaixamento ou transferência do gerente, quiçá uma punição para mim. Ele os colecionava, ajuntados por tos os cantos por onde passava.
Adorei a colónia Italiana onde ia sozinho efetuar levantamento de campo, fazendo as refeições e até mesmo pernoitando em suas casa. Eles disputavam entre si em que casa eu iria almoçar ou pernoitar. A ótica iniciou a mudar quando descobri não só que palina era baliza, palin piquete e roncon foice, pior com as outras coisas. É atestado de burrice, alguém que não é de origem chegar demonstrando conhecer o dialeto, perde o bem bom dos assuntos e pior perde de saber o que eles pensam e, sentem-se bem a vontade para falar e escarnecer de ti. Volvidos muitos anos, quando muito mais entrosado no funcionamento das prefeituras, descobri que tanta gente para me ajudar e tantas benesses não eram de graça, tudo era anotado para ser regiamente descontados nos impostos municipais. .



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