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Cartas-->Do Ensaísta Prof. Leontino Filho -- 15/06/2005 - 23:10 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carta do poeta ensaísta R. Leontino Filho

Pau dos Ferros – RN, 20 de outubro de 1997.

Estimado amigo
Francisco Miguel de Moura


Escrevo-lhe, mais uma vez, para manifestar os meus mais sinceros agradecimentos pelos valiosos presentes que você tão generosamente tem me oferecido. Em primeiro lugar, grato pela atenção e pela gentileza, sinais de uma verdadeira amizade, espero saber corresponder a sua sábia fraternidade. Em segundo lugar, pelos livros magistrais escritos por você. Que escritor fantástico você, que país medíocre somos, desconhecer autores de raro talento e excepcional escritura, tais como você, o Foed Castro Chamma, o Francisco Carvalho, o Nilto Maciel, o Sérgio Campos... e tantos outros. Como a mídia é burra e pobre, vive de lantejoulas, confetes e de porcarias/em sua enorme maioria, esta minha afirmação vale para a música e a literatura, especialmente. Enfim, são felizes aqueles que conseguem fugir dos esquemas midiáticos e empobrecedores, pois deles é o reino da beleza e do humano, demasiadamente humano, como diz o filósofo.
Recebi e li seus livros Laços de Poder/romance e E a Vida se Fez Crônica. Com relação a este último, digo-lhe, tão-somente que os seus textos exalam poesia por todas as linhas e entrelinhas. É um livro delicioso, humano, sutil, belo em toda a sua extensão. Como é gostoso saborear A Fruta tendo por testemunha A Mãe, a Porta. Suas histórias causam-nos alumbramento, no verdadeiro sentido empregado pelo grande mestre Bandeira: delas saímos com a sensação de que visitamos com Saudade e dor as mais ternas Utopias. Nem Deus sinaliza para o nosso Primeiro deslumbramento evocando as travessuras da infância e das perenes amizades fortalecidas pela sabedoria do tempo. E a vida se fez Crônica é poesia em forma de prosa ou é prosa em forma de poesia – é arte que alia belezas escritas com paixão e amor. Parabéns, por mais este trabalho, digno dos mais altos elogios.
Quanto ao seu romance Laços de Poder, encanta-nos pela sutileza e perfeição da trama romanesca. Os personagens atravessam toda a narrativa envoltos num clima de grande cumplicidade com a vida e por extensão com o leitor. Somos cativos de Cirilo, Bartô e Miriam – triângulo que envolve as mais disparatadas visões de vida: o trágico, o lírico e o dramático se justapõem nas peripécias e angústias desta trindade da paixão. O amor é comovente, prazeroso, mas extremamente sofrido nas linhas traçadas por estes três viventes. O mundo que eles habitam – e que nós também habitamos - , é de uma crueldade exasperante, todavia, mesmo nesse abismo de dores e sofrimentos, há réstias de esperança, olhares fixos na capacidade de reconstruir as nossas mais cotidianas emoções. Laços de Poder tenta, por vias diversas, “suprir “ ou melhor recarregar as baterias do afeto e da amizade, se “Há quanta gente com carência de afeto nesse mundo! Os carentes se completam no calor do corpo e dos sonhos.” – p.85. Na realidade, somos todos carentes, precisamos fortalecer nossos laços de afeto, o poder que vislumbramos é o poder da amizade, todos os outros tipos de poder escravizam. E a sua obra, tão artisticamente, nos mostra as nossas limitações, do mesmo modo que nos possibilita outros vôos, mais altos e mais sincronizados com o próximo. Sem dúvida alguma, um belo e necessário livro. O que seria da beleza sem a sua necessária presteza em ser útil?...
Amigo, mais uma vez receba os meus agradecimentos pelo valioso presente. Sábado/dia 18, falei - por telefone – com o querido amigo FOED CASTRO CHAMMA, poeta de grande talento, raríssima sensibilidade e falei do seu interesse em manter contato com ele, o Foed ficou muito satisfeito com esta possibilidade de se comunicar/intercambiar idéias e travar uma amizade com você. Portanto, passo-lhe o endereço do FOED, assim como o endereço do Francisco Carvalho, outro notável poeta brasileiro. Mantenho uma correspondência regular com o FOED, já com o FRANCISCO CARVALHO é uma correspondência esporádica, não obstante ele me remeter/com regularidade seus livros de poemas e de ensaios. Vale a pena travar contato com eles. Segue, para sua apreciação, o mais recente número do jornal O PÃO, do amigo Virgílio Maia; caso você não tenha, até o momento, enviado textos seus para o Virgílio, remeta, ele é um incansável divulgador da boa literatura. Fico aqui, aguardando notícias suas. Receba o meu abraço fraterno e afetuoso, com a amizade de

R. Leontino Filho
Prof. da Universidade Federal do Rio Grande do Norte


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