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cronicas-->O Gênero Romance -- 05/11/2009 - 17:25 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Gênero Romance





Nunca se falou tanto na sobrevivência fértil do "romance", como na atualidade. Esse gênero literário vingou mesmo. É essa a evidência mais forte que temos na opinião dos leitores mundo afora. A sementezinha posta no intramuro da Idade Média pousou em terra fertilíssima, e, por isso, os frutos colhidos hoje estão sendo tão doces e apreciados.

Eu amo de paixão a literatura e, dentro dela, o gênero romance. Estudo-o, incansavelmente, há mais de uma lúcida dúzia de anos, disposto que estou a ofertar-me prazerosa viagem e qualquer sacrifício para a empreitada. Minha intelectualidade agradece-me diariamente quando eu me debruço sobre o cànone do assunto e vou livre e dedicado. É deveras bom sabê-lo vivo e tão forte. Alegro-me.

Noutra encarnação, acho que ensinei literatura para alunos apaixonados por ela. Vivifico-me ao exercitar suas leituras, atraindo para as profundezas da minha alma, um sabor purificado e manso.

O escritor, sabemos muito bem disso, habita e vive entre o fetichismo e o real. A ficção é um sonho dentro da realidade que às vezes se faz ainda maior do que ela própria. A ficção vive faminta entre a escuridão da morte e a brancura da vida. Imola e é imolada pelos leitores mais antenados. Chega a ser a ressuscitação do cotidiano, uma terceira retina dos que a apreciam verdadeiramente. Ainda pode-se encontrar nela a sombra do tempo, a consequencialidade ilógica, um divertimento para o intelecto. É gratificante ficcionarmos, quando pomos um pé na realidade e o outro no sonho. Quando andamos com as pernas desse gênero literário maravilhoso, fazemos o quase nada no quase tudo e ganhamos permissão para parar o tempo e perfumar o vento. Nele e com ele, quase tudo nos é possível. Nossos sonhos se desvirtualizam. A realidade pausa, e nós nos permitimos redimensionar os sonhos.

Tenho lido, e não foram poucas as vezes que o fiz, textos enormes que tentam reproduzir, com a maior fidelidade possível, o risco de o livro impresso ser abolido, em detrimento dos e-books. Não sei como um leitor saudosista, um bibliotecário, um livreiro apaixonado pela profissão, um escritor passariam a viver sem o acesso ao livro impresso. Eu vejo em cada livro que leio um amigo inseparável que está a todo instante me convidando para uma releitura.

Falo com os meus, aliso-os, tomo-os para mim, como filhos inseparáveis, muito amados. Ainda bem que na atualidade os números dos títulos lançados estão em crescimento geométrico. Ainda bem mesmo!

Os cavaleiros da Idade Média continuam sendo os guardiões dos primórdios e, incentivadores sentimentais, saudosistas até, dos escritores da contemporaneidade. O romance amadureceu e continua a fazê-lo na atualidade, com muita força e absoluta procura. Pousa muitíssimo distante do risco espalhafatoso de sua liquidação enquanto gênero literário. Sua finitude é enganosa. Não creiam nela, caros leitores. Os romances intimistas da atualidade, os inocentes, todos eles continuam a encantar os olhos dos leitores aficcionados pelo gênero. A leitura é mesmo um vício perfumado que consegue transportar-nos aos mais diversos mundos do imaginário. Há romances que se personificam dentro de nossa alma e nos cobram releituras responsáveis. O gênero é tão encantador que há os romances que nunca compreendemos em sua plenitude. Mas é esse o seu maior encanto enquanto obra de arte.

A leitura também é uma arte e, como toda arte, exige prática e aperfeiçoamento por parte de todos nós leitores. Com o tempo, o leitor passa a ser o crítico mais íntimo do escritor. Às vezes são paralelos de uma completude serena, e um jamais sobrevive sem o outro. É exatamente essa força, esse entendimento que me faz crer que o romance veio mesmo para ficar e ofertar-nos sonhos cada vez mais próximos da realidade, mas sem nunca desertar da verossimilhança.

É na leitura dos romances mais fiéis à arte de escrever que achamos os maiores inteiros de nós, apesar de a leitura ser um exercício fisicamente solitário, embora espiritualmente pleno das mais belas multidões. A leitura de um bom romance nos conduz a exercícios miraculosos da intelectualidade, a navegar por entre sonhos indescritíveis. Ler um bom romance é ter consciência de que há sonhos que nunca puderam virar realidade porque tinham que encher os romances.

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