Usina de Letras
Usina de Letras
70 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62193 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50599)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Boa Noite -- 30/03/2001 - 08:17 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outro dia surgiu na conversa a teoria de que os mosquitos não atacam quando se tem um incenso aceso. Isto me fez lembrar do bom e velho Boa Noite, salvador de tantas noites de verão, em que o calor e os mosquitos entravam pela janela, sem nenhuma cerimónia. Difícil era decidir qual o pior. Naquele tempo os mosquitos não tinham a menor educação, nenhum senso de oportunidade, um mínimo de bom humor. Mosquitos primitivos aqueles.

Pra quem não sabe, o chamado Boa Noite era um espiral feito com material verde que até prova em contrário, nada mais era do que a velha e conhecida bosta de vaca seca. Seca era a bosta, não a vaca. Comprimida e recortada no formato característico, tornava-se arma de grande valor na luta contra os mosquitos. O formato a que me refiro era o do Boa Noite, em espiral, e não da bosta. O cheiro não chegava a ser o da matéria prima, mas também não embalava grandes sonhos. O fato comprovado é que o sono sem muitas mordidas de mosquitos era possível quando se usava o Boa Noite.

Usar um Boa Noite significava queimá-lo como a um incenso. O Boa Noite ficava lá fumegando e a gente tentava dormir. Em lugar de contar carneirinhos, ficava-se com o olhar fixo na brasa formada na ponta até adormecer. Quando havia alguma claridade, observava-se a fumaça. O Boa Noite vinha com um suporte de metal e era instalado sobre um pires a bem de aparar as cinzas.

Que terá acontecido com o Boa Noite? Pelo visto, nem a marca sobrou. Na época o grande concorrente era o "flitsh", ou flite, não sei ao certo como se escreve. Na realidade eu nunca soube se era uma marca ou a onomatopéia para sua aspersão. Tratava-se de algo parecido com os inseticidas que temos hoje, mas em lugar do aerossol, usava-se uma bomba manual com que era aspergido no ambiente. O cheiro era pior que o do Boa Noite e o efeito semelhante. Como esquecer do velho Boa Noite? A escolha dependia dos hábitos da casa, assim como a escolha entre Pepsi e Coca. Lembro que na casa de Tia Santina, o Boa Noite era largamente empregado. Na minha casa, ao contrário, usava-se a bomba.

Quanto aos incensos que encontramos por aí, não sei do que são feitos, mas parecem resolver o problema com a vantagem do perfume, em alguns casos, mais agradável.

Boa Noite!

Escrito em 20.01.2001
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui