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Cronicas-->Minha mãe adotiva -- 29/03/2001 - 01:29 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
www.vaniadiniz.pro.br
Quando a vi pela primeira vez tinha apenas dezessete anos, estava chegando em Brasília e ao vê-la senti uma empatia tão grande que no mesmo momento pareceu-me que já a conhecia há longo tempo Era morena de cabelos grisalhos e não parecia ter completado sessenta anos. Seu sorriso era maravilhosamente contagiante e me olhou com um carinho tão grande que fiquei sensibilizada. Ia ser sua vizinha e a família toda (o marido e os filhos) me encantaram. Imaginei que Dona Ruth infundia e influenciava tanto aquela família que era um prazer estar com eles. E não me enganei.
Passei a ser um membro ativo naquele núcleo e extremamente mimada. Tornei-me a filha caçula e eles transbordaram de carinho e amor por mim. Acho que em todos os anos de minha vida não tinha conhecido uma família como aquela. Nas várias ocasiões em que permanecemos juntos como até hoje há um carinho permanente e desde aquela época posso ter certeza de sua amizade e força em todas as oportunidades.
Dona Ruth passou ser como ela me diz várias vezes a minha mãe adotiva. Muitas vezes me falou emocionada
- Não sou elegante e bonita como sua mãe verdadeira, mas a amo muito.
A certeza de sua presença tão próxima, desse amor simples e verdadeiro, as preocupações com tudo que se refira a minha vida e ao meu bem estar suavizaram enormemente os percalços que por vezes tomam conta do nosso caminho.
Tinham um cuidado extremo como se de fato tivessem me adotado. Nunca vi Dona Ruth recusar um favor a quem quer que seja. Mas comigo é como se eu tivesse nascido ali, naquela casa e que de certa forma fossem responsáveis por mim. Tinha duas filhas pequeninas e Dona Ruth espantara-se tanto no dia que me conheceu que nunca mais deixou de comentar o fato. Achara que eram minhas irmãs e então ficou ainda mais fascinada. Durante esses anos tem sido para todas nós aquela que não arrefece em nenhuma oportunidade e é capaz de secar nossas lágrimas com a mesma confiança que compartilha alegrias e prazeres.
Acho que sabe de tudo que se refere à minha alma. Com detalhes e só de me olhar pressente como estou ou se aconteceu alguma coisa. E não há ninguém em que Dona Ruth confie mais do que em mim. Muitas vezes Maria Célia , sua filha me diz entre sorrindo e comovida:
_ Não sei o que seria de nós e principalmente de minha mãe sem você, Vània. Ela aprendeu tanto a se apoiar em você que acho que apesar do amor dela por mim só sente segurança quando está na sua presença.
E o filho dela diz a mesma coisa. Entretanto foi ela que intrinsecamente me deu apoio em tudo e conseguiu sublimar o meu sentimento profundo pela falta de minha família.Que esteve e continua a estar nas trilhas dolorosas que como todo mundo muitas vezes enfrento, que ajudou a menina inexperiente e trepidante que um dia chegou aqui com muitos sonhos , que cooperou no processo de reconstrução de uma vida ainda mal começada e foi responsável por inúmeros passos no caminho de um aperfeiçoamento.
Foi no seu colo que deitei nas horas que me sentia frágil, absorvendo sua força, aspirando seu carinho restaurador, embebendo suas palavras delicadas e, no entanto tão alentadoras. Foi com a ternura de seus sentimentos que venci obstáculos e me senti preparada para a batalha da vida.
Nunca deixei de ser ressarcida de um potencial enorme de conforto e amizade, que era combustível certo para minha alma e até hoje ressoam em meu coração os gestos mais peculiares de afeto intenso, no sentido mais amplo. Só um amor de mãe poderia ter-me dado essa força. Muitas vezes me embalava à noite tal qual uma menininha o que naturalmente eu era, esquecendo-se de tudo o mais. Essa riqueza de sentimento tenho que humildemente agradecer a Deus sempre e repetidamente e lembrar-me da inigualável fortuna posta ao alcance de minhas mãos.
Pela minha vida afora essa mulher tem sido a mãe que em nenhuma oportunidade me faltou e tem acompanhado a minha trajetória com uma persistência imperturbável procurando doar-se, chorando, alarmando-se, ou sorrindo por mim. Torcendo e aconselhando. Orientando e amando.Com o mesmo carinho e atenção que o faz com os próprios filhos. Sem absolutamente nenhuma diferença.
Minha vida foi enriquecida por essa família maravilhosa e pela ternura de uma mulher que na verdade me adotou aos dezessete anos senão oficialmente, mas o que é mais importante através de seus sentimentos generosos e desse amor imenso com que cercou e contorna de colorido minha vida .
Para Dona Ruth meu carinho indescritível, incomensurável e minha eterna gratidão.

Vània Moreira Diniz
www.vaniadiniz.pro.br
27-03-2001



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