Nesse momento alguém está morrendo. Neste segundo que foi e não volta, alguém se foi e também não vai voltar. Não podemos fazer nada. Orar talvez... Alguém está morrendo e isto é normal, todos morrem um dia. O caminho da vida é a morte. O que podemos fazer? Orar, talvez... Vamos dar as mãos.
Nesse exato momento alguém está morrendo. Pode até ser eu, ou você, um dos nossos. Deixando a vida. Viver. Sentir o pulsar vibrante do próprio coração. Alguém morre. De fome. Neste segundo que foi e não volta alguém se contorce de agonia. De fome. Dor. Fome. Vamos dar as mãos? Orar, talvez? Pense na criança esquelética, subnutrida, que de joelhos implora por comida. E morre de fome. Morte. Os segundos escoam. Vida? Uma vida querendo apenas comida. Apenas comida? Morte lenta. Criança? Não. Fome! Já sentiu fome? Quer morrer de velhice, dormindo, como um passarinho, junto dos seus filhos. Não quer morrer de fome. Um pássaro não morre de fome. Morte. Morrer é natural. E morrer de fome?
Enquanto você lê, pessoas morrem. De fome. Com fome. Não há comida? Você tem comida? Quem não tem, morre. Morre de fome. Não podemos fazer nada? Orar, talvez? Todos pedem em suas orações pelo fim da fome. Não basta. Um incontável número de pessoas morre de fome todo dia. Parece mentira, mas não é. Na América, na África, na Ásia, em todo lugar. Onde você menos imagina alguém ambiciona. Não ambiciona um carro. Não ambiciona status. Neste momento há alguém que ambiciona alto, e quer somente um pedaço de pão. Criminalidade, violência, injustiça? Está com fome?
Neste segundo (não volta), centenas de pessoas morreram de fome (não voltam). Você está vivo. Podemos fazer alguma coisa. Vamos dar as mãos. Vamos estender as mãos. Pode entregar-se a uma bela refeição se não tem nada a ver com isso. Você tem alguma coisa a ver com isso. Nesse momento alguém está morrendo (de fome), e podia ser você.
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