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Cronicas-->O Prazer de cada hora -- 27/03/2001 - 23:33 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Desde que senti as primeiras sensações já com discernimento suficiente entendi que esse era o dom maior que tínhamos: O da própria vida com tudo que ela oferecia de negativo ou positivo, triste ou alegre, vibrante ou monótono, surpreendente ou decepcionante.
Entendi que quando chorávamos as lágrimas traduziam um momento que seria marcante e imprescindível no caminhar lento que fazíamos em busca de nosso próprio aperfeiçoamento. Embora não sentíssemos isso conscientemente ele agia em nós como algo confortador . E quando depois das lágrimas conseguíamos sorrir aquele instante valia pela força revigorante que empreendia em todo nosso ser. Como se após uma tempestade nascesse o sol que com sua força abrasadora esquentasse a estrada pela qual íamos passar.
Pouco a pouco fui absorvendo o prazer que me engolfava a cada segundo de simplesmente viver e usufruir os bens que me cercavam e enriqueciam as pedras brutas que no caminho se espalhavam. Os contrastes eram muitos e eu não sabia ainda defini-los, porém sentia que a minha alma se regozijava a cada passo. E que o mundo era o instrumento pelo qual seguíamos um destino que nos estava reservado.
Fui percebendo que não era só viver sem uma perspectiva e continuarmos a andar sem projetos nem consciência. Era apreciar cada passo sentindo o poder estimulante de todas as sensações. Foi assim que a subida embora íngreme começou a me fascinar e eu não entendia que depois de uma tristeza de uma perda ou de sofrimentos doídos pudéssemos continuar para frente a dar gargalhadas esfuziantes e plenas.
Antegozei a maravilha que é o ser humano, a maior obra do criador e o poder de recuperação que é inerente a cada um. Conclui que a vida era um desafio profundamente absorvente e glorioso. No desenrolar de cada acontecimento existe uma verdade a ser descoberta, a visão de um aprendizado novo que delineamos timidamente e mais tarde com toda a nossa exuberància.
O viver não é apenas um vale de lágrimas nem somente um paraíso de delícias ininterruptas. É o congraçamento das duas opostas fontes de sentimentos, e por isso mesmo o enigma mais poderoso que podemos encontrar.
Choramos e sorrimos com a mesma facilidade. Quando a dor se nos avizinha o traumatismo do coração é tão magoante, mas podemos contar com as lágrimas que aliviam e diminuem o poder devastador. Elas suavizam como um remédio numa hora de crise.
Quando sentimos o sol a nos aquecer, num dia maravilhoso em que a natureza parece toda em festa, nas horas excitantes de demonstrações dadas e recebidas de uma paixão vibrante, ao presenciarmos as estrelas com o brilho ofuscante e intenso ou a lua em seus reflexos prateados de luz é possível negar o quanto maravilhoso é o exercício de viver?
O prazer de cada hora é o segredo e o mágico pensamento que nos leva a compreender a beleza de estarmos aqui nesse planeta apesar das horas em que não desejaríamos ter nascido. O prazer de cada hora, triste ou alegre, mas esplendidamente dosado ao longo de uma vida que nos conduz a experiências encantadoras e momentos de glória e satisfação.

Vània Moreira Diniz
www.vaniadiniz.pro.br
22-04-2001







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