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cronicas-->A lua, o poeta e o homem -- 23/09/2009 - 19:20 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A lua, o poeta e o homem





Há quem diga que a lua é o fiel satélite dos poetas romànticos. Para ela vão sonhos de amor e de vida. No luar deságuam paixões inconfessáveis. Aí, assim, acertadamente, os olhos de Deus, feitos olhos dos homens, olham para ela e sentem que, além do São Jorge cavaleiro, há na lua dos enamorados um sonho satelizando muitos desejos, ávidos para se tornarem realidade.

Aqui e alhures a poesia encantou e ainda o faz graciosamente. Com o perdão da obviedade, eu diria aos práticos, pragmáticos e tomesianos demais que a lua é, além de satélite dos poetas, o melhor lugar para que nosso olhar sonhe e nutra-se de felicidade.

Sem querer aqui fecundar a presunção da inocência, deposito no luar, esse adorável cal do sol, grande parte da magia dos deuses. Se chego a presenciar na face do poeta o rubor da modéstia, há nele o que se possa encontrar em demasia, o amor em forma de poesia.

Mas a rotina alienada dos que veem na poesia apenas um passatempo ágil para os olhos, não merece cultivo algum. O homem moderno acha-se fatigado pelos prazeres/desprazeres artificiais e pelas ideias estéreis do desumano. Há no pensar moderno tralhas de hipocrisia, vultos imensos de isolacionismo - alma da solidão -, o gosto deslustrado do apenas material.

Recentemente a mídia povoou nossos lares com inimagináveis almas que desacreditam ainda que o homem foi à lua, pisou em seu solo, deixou nela marcas reais. Creio tanto nos três mosqueteiros americanos - descontados aqui os excessos literários - que, parece, estive tête-à-tête com São Jorge e o seu cavalo branco. A história de conquista da lua pelo homem é marco denso de atributos heroicos e, definitivamente, inegáveis.

Claro que os americanos, precisamente seu governo, precisavam transformar o dia imagético da conquista de pouso do homem em solo lunar em um grande "Talk Show". Isso fazia parte do show. Rússia e Estados Unidos viviam e ainda vivem desses enfrentamentos narcísicos de superpoder, supremacia, superioridade bélica e intelectual. A ideia era deixar publicada uma incomum expressão midiática de otimismo e poder! A lua que esteve presente no olhar daqueles homens é quase anedótica. A que os poetas veem é completamente diferente.

Eu prefiro continuar a ver na lua o belo e imponente satélite dos poetas. O luar para mim é vivificador. Ainda vejo no longínquo solo lunar as alegres e míticas imagens do meu São Jorge da infància, de uma lua intocável, pura, repleta de sonhos. A lua é, sem dúvida, a alma da poesia dos melhores poemas de amor que já li, declamei ou fiz.

Um escritor vive mergulhado, sim, entre o fetichismo e o real - plaga do seu presencial exercício. Um poeta vive e sobrevive aos cànticos de sua alma. A poesia é capaz de tecer luares apaixonantes, imagens deliciosas no espírito, perfumes de sonhos encantadores.

Collins, Audrey, Armstrong - que de poetas ou lunáticos nada têm, estarão sempre marcados na história mundial como os primeiros humanos a pousarem na lua. Não sei se eles teriam o mesmo afã de tecerem um lindo poema de amor hoje, comemorando aquele magistral evento. Pousar em solo lunar é mais tecnologia do que humanística, para eles, enquanto profissionais da ciência. Voar é estar mais alto de onde eles estiveram. Poetizar só é-nos permitido quando o luar enxergado traz-nos à alma a outra face de Deus, o outro doce da vida, o outro homem do homem.


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