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cronicas-->1986 - Almoços -- 22/09/2009 - 14:17 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Voltei à padóka Santa Isabel para um lanche, café expresso, um puro e um com leite. Uma beleza, exceto por estar sozinho e ainda num dia nublado. Estava calma, fora de horário. Semana passada passei por lá e, depois, escrevi o Qué Tabule. Pensando com os meus pensares, voltei aos almoços, pelo menos alguns. Depois de uma passagem por São Miguel, uns seis meses em mil novecentos e oitenta e seis, voltei para São Paulo e fui trabalhar na CBC, ali na Manuel da Nóbrega, em frente ao Ginásio do Ibirapuera. Tinha tantos descendentes de japoneses, cujo hábito era comer na própria mesa de trabalho, meu, depois ficava um cheiro de comida e de chá. Não era fácil não. Cheguei em agosto e fiquei um ano, muito bom e de muita convivência. Comprei uma bota, daquelas texanas, meia cana e salto médio, o que me fazia um metro e noventa e cinco. Aí, chegaram uns novos colegas, do mesmo naipe, mais de dez.
Tudo isso para contar de como ficaram os almoços. Saia aquele bando - Ei, vamos lá no Piero, comandava o Luizão, íamos a pé, em fila indiana, duas quadras depois da Brigadeiro. O maitre - pois não. Traga vinho e macarrão, parmegiana e saladona prá toda essa gente, dizia o Luizão, qual general, só no comando e dando risada torta. Enche o copo aí e - Saúúde. Uma vez, depois de tudo isso, fechamos com macarrão alho e óleo, uai, deu vontade, pedimos de novo. Todo mundo comeu, como sobremesa. Pensem nisso. No mesmo dia, à noite, fomos ao Doutor Flávio, dentista na Paulista. Eu, Cláudio e o Alexandre. Este, um tipo lindo e de olhos azuis. Na entrada, passou uma menina, daquelas ótimas, indo na direção da Consolação. Não é que o Alexandre foi atrás e ela parou, dando risada. Oi, tudo bem? Tudo e vocês, bem... O Alexandre se intrigou - puxa, você não para de sorrir, que foi? Desculpe, mas, que cheiro de alho. Acabou a paquera, só risadas. Ele nos chamou e fomos rir juntos. Conversamos um tanto sobre os benefícios do alho...
De pé, no balcão, numa das lanchonetes do Shopping Ibirapuera, especialista em salgadinhos e sucos, estávamos todos. Sei lá, imagino uns trinta salgados para uns dez morto-de-fomes, fora os sucos. Eu tomei de melão, mais de um, certeza, talvez um outro de abacaxi. Conversa aqui e ali, lembro que passou a Aurora, uma bonitona que já tinha trabalhado comigo em outra empresa. Oi Jairo. Oi. Humm, foi o coro, nada demais, só um Oi e um Tchau. Nunca mais a vi. Com toda essa fartura de salgados e sucos, tinha me esquecido do meu exame marcado para as duas. Deixei o pessoal e fui ao consultório do Doutor Edgard. Entre e sente aí, ó, nessa cadeira, uma coisa meio esquisita, também era exame otoneurológico. Enquanto a moça anotava alguma coisa, o suco começou a conversar comigo, meio bravo. Minha barriga era um roncar só. O exame consistia em girar prá lá e prá cá, para o labirinto acompanhar o prumo e se equilibrar. Aquilo roncando, até que a moça percebeu. Ai, ai, só sorri. Claro que o exame não ficou bom, voltei outro dia.
Trirrimm, toca o telefone - Aló, diga Luiz - o Darcy qué levá nóis na churrascaria atrais do clube - Vamus. E fomos, uns seis ou sete. De novo um atrás do outro, atravessa uma rua, outra e outra, chegamos. Mesa posta - desce dezoito chopis, ordena o Luizão, morrendo de rir, ele amava fazer isso. Quem vai beber, alguém arriscou perguntar. Pó, claro que nóis e tudinho e é já. Não é que aquele bando de trogloditas bebeu mesmo e ainda mais uma rodade e outra, fora as carnes. Saímos de lá depois das três e meia. Entramos no escritório, tó tó tó... nem os japoneses aguentaram, caíram na risada, depois eu soube o porque. O Luizão entrou dando risada e soltando uns sonoros ...
Já em noventa e dois ou noventa e treis, estava com uma outra turma, agora, na Alameda Santos, eu na Cimento Itaú, mais a turma da Celpav. Jairão - desce e vamos comer pizza. Oba. Mais de dez me esperando, sobe a Pamplona, atravessa a Paulista e pronto, humm, que cheirinho gostoso de queijo. Um murmúrio só, pizzaria cheia, mas alguém tinha reservado mesa prá doze. Sentamos, eu, fiquei numa das pontas e os outros já acomodados começaram os pedidos. Disso, daquilo, quatro queijos, calabresa... uma voz calma - eu quero de escarola. Escarola não, foi o coro - de jeito nenhum. Ouvi, e como até tinha uma certa ascendência no grupo, afinal, eu era o Jairão da Itaú, ordenei - pode trazer meia pizza de escarola pro D´Alessandro, vi uns olhares, mas o Alexandre apoiou e então os demais apuparam - Issaí, pode vir, o D´Alessandro merece. Veio em primeiro lugar e todos apontamos - serve a escarola prá ele. Tchraran, surpresa, ele não quis, pediu uma de quatro queijos. Peraí, cê num vai comê. Não, não gosto. O cara não comeu, sobrou a pizza inteira. Fiquei inconformado. Nunca entendi, pelo menos ficou na lembrança de alguns. Outro dia, eu e o Alexandre comentamos.
Para fechar, quero citar a Doceria Duomo, noventa e noventa e um, quando o Carlos Madi e eu ficamos viciados em pastel de chantily. Almoçávamos em qualquer lugar e corríamos para os pastéis, um cada um. Eram de massa folhada, bastante, coberto de chantily e dobrado, salpicados de açúcar de confeiteiro. Que delícia e como engordava, ficamos redondos. Foi um sufoco voltar ao peso. Também, fiquei de chantily porr aquii, nunca mais. Ao som de Hetty Kate, digo - bom almoço!
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