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Cronicas-->PARABÉNS AO QUINTAL -- 12/09/2009 - 13:57 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PARABÉNS PARA O QUINTAL POR SEUS 50 ANOS!

Morando em João Pessoa, não me empenhei em disputar com meus irmãos a glória de ladear nosso encanecido Patriarca, Seu Tavares, quando a 27 de agosto deste 2009 completara 93 anos de idade. Ao ultrapassar essa bela marca estava ele cercado por quatro filhos e uma penca de netos que o adoram e admiram. Mas não me pude furtar, neste ano de feriadões, a visitá-lo neste início de setembro.
Sábado, dia 5: Comemorações no quintal pela vitória do scratch brasileiro contra os vaidosos peladeiros argentinos.
Domingo, dia 6: Comemorações no quintal pelos 23 anos completados por meu sobrinho Marcos Paulo Saboya Furtado, filho do mano Vicente de dona Francisca Crivaneide.
Segunda-feira, dia 7: Comemorações militares e cívicas na cidade pelos quase duzentos anos de independência do Brasil.
Já na noite do mesmo dia 7 de Setembro, terminados os festejos do dia, os filhos e netos do Seu Tavares continuávamos no quintal (reinado da infància de todos nós) sem mais nada para comemorar, mas gozando da amizade e respeito que sempre cuidamos em cultivar. Nada de bebidas. Nada de churrasco. Não havia festas... De repente, meu irmão caçula, da altura dos seus recentemente completados 50 anos de idade, exclama:
- Sete de Setembro - 50 anos nesse quintal!
É pouco?
Tinha razão o mano. Exatamente no dia 7 de Setembro do ano 1959, chegamos à casa n.º 117 da rua Gabriel Fiúza, no antigo Parque São José. Pela época, meu citado irmão contava dois meses e alguns dias de idade. Aí é pouco, sim; pouco para trazer lembranças próprias daquela chegada no bairro. Mas tinha ouvido falar. Eu, que naquele dia de há cinquenta anos contava três de idade, lembrava da chegada no local. Mas a data da mudança só fiquei sabendo posteriormente pela boca do saudoso mano mais velho, o Zé.
Tem outro mano mais velho que eu, o Chico, que menciona termos chegado à nova casa em um velho caminhão. Sei lá, eu só consigo lembrar dos ónibus café-com-leite do Seu Edvar e dos ónibus vermelhos do Gomes Passos (esses últimos ainda daquele modelo antigo que o motor era abrigado na parte de fora, num capó alongado para fora do salão principal do carro) e que faziam "SS" para evitar as inúmeras e grandes poças d´água que separavam a esquina do Seu Doca da nossa casa, num espaço de apenas três quarteirões. Naqueles dias, depois de passar defronte à casa de papai, os ónibus iam fazer terminal na esquina com a rua Santa Inês (hoje Estênio Gomes), logo adiante. Com o tempo, o terminal adiantou-se dois quarteirões na mesma rua Gabriel Fiúza, até a esquina com a Dom Xisto Albano; depois, dobrando a direita foi esbarrar na esquina dessa rua com a Dom Henrique. E depois de 1965, com o "terreno novo", continuou o terminal a adiantar-se, acompanhando o crescimento do bairro.
Tantas lembranças nos traz esse quintal de 50 anos. Acompanhando o ritmo do terminal, o quintal mudou também. Nos primeiros anos, em que só havia a casa 117 (hoje é 322), olhando-se a partir do oitão desta nem se via a cerca no extremo que dava para a rua Costa Freire (na época era Santa Maria), pois o quintal mais parecia uma roça com tantas e tão diferentes plantas: bananeiras, mangueiras, canas-de-açúcar, batatas, mamoeiros - só depois vieram os coqueiros (que vimos plantar), os abacaxis, o jucá, a cerejeira, a cajaraneira, o limoeiro... Depois, ainda, um açaizeiro, um cupuaçuzeiro, uma pupunheira e outro que esqueço, trazidos da região Norte e que nunca deram frutos... Estes todos perderam também seu espaço para a casa 352, erguida por Seu Dedé e filhos em 1966; para a casa 348, erguida pelo mano Chico em 1980; para a casa 346, erguida pelo mano Vicente, em 1981. O velho quintal abriga hoje algumas já anosas bananeiras, a romanzeira e outras plantas menores, que teimam em disputar o espaço com o estádio Furtadão, o campo de peladas que abriga as atuais disputas entre sub-60 e sub-30 (tios e sobrinhos).
Quintal de 50 anos... Parabéns pelo que você é e pelo que você foi - um reinado para a geração de Papai, Mamãe e Padim, um reinado para a geração dos meninos de ouro do Seu Tavares e um reinado para a geração dos netos do Seu Tavares... Olha lá o Fábio Gabriel, a Ana Isabela e a Paula Yasmin brincando com areia no quintal - o reinado é deles também, dessa geração de bisnetos de um senhor de noventa e três anos e de outros avós que moram noutros quintais.

Escrivão Joaquim Furtado
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