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Cronicas-->A mulher e a concha -- 11/09/2009 - 17:19 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O pobre homem mortal desafia as potências celestes quando olha uma bela mulher. Ele não sabe o tamanho dos segredos que ela pode carregar consigo, não pode sequer ter a mais breve noção de que aquela bela figura, aquele andar lànguido, pode se tornar sua eterna delícia ou sua perene perdição.

Desafio o insondável a discordar de minhas palavras; quando vejo uma bela mulher, uma galáxia pulsa dentro de mim, mas as estrelas todas se condensam no brilho dos olhos de quem os fita, um quê de interrogativo e desafiador; quando me aproximo de uma mulher, a primeira coisa que me chama a atenção são seus olhos. Alguém já notou quão lindos podem ser os olhos de uma mulher? Alguém já foi fisgado aqui por um belo par de olhos que conquistam pela luminescência mais do que pela concupiscência?

Quando olho uma mulher, sinto sua condição serena de cálice sagrado, do receptáculo da energia mais iluminada do mundo; eu olho além das aparências. Qualquer um vê o que ela aprende desde cedo, que é caminhar docemente, que é apanhar dentro da gente o que a gente tem de mais sublime e de mais vil, tempestuosamente: nossos corações já se inflam de sentimentos suaves e desejos grosseiros, lado a lado. Eu procuro mais a essência.

Pobre homem mortal, pobre homem comum, em sua eterna busca pelo incomensurável. Ele pensa que conquista grandes mundos, pousa na lua, manda robós ao infinito, mas quem está por trás das grandes conquistas é a figura que anda pareada a ele com um sorriso suave no rosto, estendendo a mão para que ele a pegue e a coloque entre suas palmas. Pobre homem que grita nos estádios de futebol, misturado aos cheiros da massa ululante enquanto ela, em casa, prepara o alimento que irá suprir toda uma família. Família, bela palavra, seu berço é a própria companheira que recebe todos os dons do mundo para criar o que existe de mais significativo. O berço da terra, a figura feminina, o oposto à aridez da condição do macho predador; a suave aquiescência, o perfume que habita as casas mais humildes, o doce carinho que traz à tona toda a volúpia de uma vida escondida, dentro de uma concha à beira-mar, nos caminhos do infinito que ela traça com os pequenos pés descalços.

Ela tem o próprio mar de Gaia por testemunha! Gaia, a suprema mulher que nos une a todos pela abóbada azulada, os olhos fixos nas estrelas que brotam de sua alma infinitamente bela. Rendamos um tributo ao eterno rumor de nosso humilde chão, seguindo suas pegadas manchadas pela espuma nas brancas dunas de nossa existência, batida pelos ventos de nosso destino.
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