O Companheiro Almir Tem Sua Razão
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Tem razão o companheiro
Quando faz comparação
Da violência de hoje
Com a da Revolução
Hoje ela é crescente
Até mudou de patente
Faz tempo que é capitão
E não pára de crescer
Anda de mal a pior
Não há quem diga o contrário
Foi promovida a major
Bem maior que a ditadura
Igualzinho a rapadura
Só quando mole é menor
Na época dos militares
Havia um certo respeito
A disciplina se via
A turma andava direito
Se não o pau arriava
E ninguém por certo ousava
Ficar com este defeito
Hoje a coisa anda solta
Nisso o Almir tem razão
O cacetete encolheu
Quem manda agora é o ladrão
E o crime é organizado
Em tudo que é estado
Eu não vejo solução
MAs me perdoe o Almir
Toda regra tem exceção
Na época do verde-oliva
O pau andava na mão
Na cadeia e no quartel
Por ordem do coronel
Metia o pau sem tesão
E a verdade é uma só
A vida do povo é amargura
Apanha de qualquer jeito
Em cima da ditadura
Deitado, em pé ou sentado
Seja civil ou fardado
Até mole ele segura
Por isso não vale a pena
Aceitar aquela oferta
De ficar com a ditadura
É sofrimento na certa
A menos que seja opção
De quem gosta e mete a mão
Na cobra grande e esperta