A ETERNA GUERRA
Pedro Gomes da Silva
Existem dois seres, aparentemente perfeitos.
Estes dois entes são bastante diferentes um do outro e por causa dessa diferença, nunca se entenderam. É uma guerra se fim.
Os dois têm a mesma origem. Porém, nunca procuraram fazer às pazes. A guerra passa de geração para geração. É a eterna guerra. Os guerreantes ferrenhos são: Belo e Bela.
Todas às vezes que Belo e Bela se aproximam muito um do outro, brigam. Só há excessão quando há interferência de terceiros.
Os dois, quase sempre, chegam perto um do outro sem notarem. Porém, quando um percebe a proximidade do outro, logo começam as estranhas palpitações.
Belo, em seu estado normal, anda sempre sonolento, cabisbaixo. Podemos, até mesmo dizer, triste. Mas é de sangue quente, logo que percebe a aproximação de Bela, começa a sua irritação. Ás vezes, só em lembrar-se dela, ele se exalta.
Bela, por sua vez, sempre aparenta calma. Mas quando nota a proximidade de Belo, também começa a se irritar.
O primeiro sinal de irritação de Belo, é ele levantar. Quando ele levanta e se enrijesse é sinal de que está pronto para o ataque.
Bela, mesmo quando está irritada, continua a demonstrar calma. Entretanto, às vezes a irritação, a ira contra Belo é tanta que ela começa a suar.
Quando eles estão neste estado de exaltação, só mesmo um acontecimento relevante, é que pode evitar um novo confronto.
Estes dois guerreiros, apesar de tudo, são muito engraçados. Estão sempre em guerra e nunca mudam de tática, de estratégia. Lutam sempre da mesma maneira que na batalha anterior. Começam por um primeiro toque e logo, Bela com seu desprezo por Belo e devido as suas características, o encobre, envolvendo-o completamente e ai começa a grande refrega. Mesmo nas novas gerações, quando Bela ainda não tem prática de luta ou quando Belo ataca de surpresa, ela sempre o domina imediatamente. Não há solução para Belo, o jeito que tem é ficar preso, é ficar sufocado e com o abafamento, com os socos, com a esfrega que leva ele termina sempre vomitando. Quando Belo consegue escapar, sai triste, abatido, chorando, mole, mas sempre prometendo desforra. Por esta razão, Bela está sempre preparada para a guerra.
Belo, o eterno guerreiro, apesar das derrotas é insistente. Não desiste. Mesmo porque está sempre recebendo o incentivo de seus dois amigos, que são quase inseparáveis. Estes dois amigos são discretos e como não querem se envolver diretamente na luta, ficam de fora, observando, somente incentivando, dando força e sempre são as testemunhas de mais uma luta vencida por Bela. Quando os dois amigos do guerreiro vêem ele sair abatido, às vezes ainda vomitando, afastam-se com ele, encolhidos, quase envergonhados por mais uma derrota do amigo. Afastam-se os três para recompôr as forças para enfrentar uma nova batalha, um novo confronto entre os beligerantes.
Belo só consegue ferir a desafiante no início de uma nova geração, quando ela ainda não tem prática de luta. O ferimento, quase sempre, não é grave, mas o suficiente para sangrar. Porém, mesmo nesta ocasião o abatido é sempre o Belo.
É quase sempre o Belo quem provoca, porque ele é insistente. Quase nunca foge de uma luta e só desiste definitivamente de lutar, quando se separa dos amigos ou quando fica muito velho ou ainda, quando, por alguma razão, perde o apoio dos amigos.
- Você sabe quem são estes guerreadores? Já viu eles brigando? Você gostaria de ver eles lutando? Gostaria que eles fizessem às pazes ou não?
Acredito que você é de opinião que Belo e Bela evitem os ataques de surpresa, as batalhas ferozes, mas que continuem a guerra, continuem lutando.
Os guerreiros aqui citados são: o Belo, PÊNIS e a Bela, VAGINA.
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