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Contos-->VIAGEM -- 30/07/2001 - 17:47 (Carlos Higgie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




VIAGEM


Quando minha mãe morreu, tão estranha e perdida naquele velho hospital, o sol brilhava radiante, uma banda marcial tocava músicas dos anos sessenta numa ruazinha próxima, a multidão delirava no estádio de futebol, pois alguém tinha feito um gol e a alegria explodia nos corações, no céu azul vibrante, feito bombinhas e fogos de artifício.
Ela já não era ela quando morreu. Seus olhos estavam apagados e secos, seu corpo já tinha partido a muito tempo. Mas sua alma guerreira, um pouco desconcertada, sem entender exatamente o que estava acontecendo, negava-se a abandonar aquele corpo, aquela que tinha sido sua casa por tantos anos.
Lembro de muitos detalhes daquela morte. Uma menina que sorria no quiosque da esquina, enquanto comia um pastel enorme e bebia um refrigerante; um carro velho e caindo os pedaços que passou tocando uma salsa a todo volume , um cavalo magro e cansado que puxava uma carroça pintada de amarelo e preto.
O que mais me marcou foi o trajeto até o cemitério. Começou a chover. E a canção de Jaime Ross que dizia “ o mais preto que há é um carro fúnebre quando chove”, batia no meu pensamento insistentemente. Tanto que quase escapou pelos meus lábios.
Aquilo começou a incomodar-me. Uma vontade imensa de chorar tomou conta do meu peito. Mas não chorei e ainda abri um sorriso enorme, pois perto de mim, sentada do meu lado, estava minha mãe, velha como sempre e mais jovem, olhando para mim e sorrindo, linda e protetora. Como sempre.
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