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Humor-->Lula e o PCC (Partido da Causa Corrupta) -- 25/09/2006 - 11:30 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MANDINGA

Jacornélio M. Gonzaga (*)

José Apropriâncio da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945, no Estado de Pernambuco. No ano de 1952, deixou a terrinha, pois sua mãe e seus sete irmãos vieram para São Paulo, atrás do seu pinguço pai. Em 1959, ingressou em uma metalúrgica e fez um curso de torneiro mecânico no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Em 1975, seu último ano de trabalho, foi eleito presidente do sindicato dos V.A.D.I.O.S. (Valorosos e Ardorosos Defensores das Idéias Ocas e Socialistas).

Nosso herói fez uma carreira tranqüila: uma birita aqui, uma birita ali, um cargo eletivo acolá. Sem nada para fazer, vira presidente de honra de partido e, de repente, vê seu antigo opositor “sindical” transformar-se em Presidente do Brasil.

Com elle (o LuLLa) e sempre solidário, passa incólume pela propina do Waldomiro Diniz; não embarca na Land Hover do Sílvio Pereira; quase chafurda no mensalão, deixando rolar a cabeça dos Josés (Genoíno e Dirceu); estimula o Palocci a abrir uma conta para o caseiro; diz que caixa dois é normal na política nacional; fala que é o segundo homem mais honesto do País, o primeiro é eLLe; faz terapia com Freud; e fecha o chuveiro Lorenzetti, antes que os respingos caiam neLLe.

Sempre na crista da onda, da ARENA ao MDB, dos acertos com o PCB (o extinto), PT, PC do B, PPS, ou qualquer sigla, lá está Apropriâncio. Seu pré-nome poderia ser Márcio, Tarso, Aloísio, Ricardo, Antônio, Delúbio, Marcos, ou qualquer outro, mas é José.

Apropriâncio, hoje, é lullista ferrenho, ex-petista declarado - tal qual seu líder. Como está muito preocupado com o andar da carruagem, resolveu procurar ajuda nos terreiros de magia, de preferência aquelas que professam a vermelho-PT, tudo com intuito de fazer um “trabalho”, dando u a mãozinha para a reeleição do apedeuta, igual ao Freud.

Dentre as inúmeras mandingas que lhe foram apresentadas, uma lhe falou mais alto, “não tem erro, com esta o homi tá reeleito, mas cuidado, o trabalho tem que ser feito com os ingredientes certos, nem mais nem menos. Se der errado, quem paga é o Abiã(1) que fez o trabalho”.

Apropriâncio cumpriu à risca o ritual, que previa, dentre outras coisas, a farofa amarela colocada no alguidar; a “caninha” de boa qualidade, aliás, no despacho do Lulla nunca falta pinga; e, muitos e muitos outros ingredientes. O mais difícil deles, certamente, foram os três sapos, que teriam que ser caçados pelo próprio “despachante”, terem suas bocas costuradas e, ao término do trabalho, serem sacrificados no terreiro.

Dentro desta parte do ritual, para que a coisa desse certo, Apropriâncio teria que colocar, na boca do sapo, o nome de três ladrões conhecidos, que tivessem o seu nome: José.

Apropriâncio pensou, pensou, pensou!

Chega o grande dia, tudo certinho, os ingredientes conferidos e colocados ritualisticamente. Os sapos com suas bocas costuradas (e os nomes lá dentro), aguardando a hora do serem sacrificados. Apropriâncio, vestindo sua bata branca, recebe a ordem do Ogã Axogun (2), autorizando a matança.

O primeiro sapo nem sentiu a perfuração do estilete; o segundo deu um pequeno chilique; o terceiro, ao sofrer o golpe mortal, reagiu com uma grande urinada em seu algoz, que caiu fulminado, tal qual o anfíbio anuro imolado.

Imediatamente, o Babalorixá (3) determinou que fosse dada assistência ao moribundo Abiã, bem como a instauração de uma “rigorosa” sindicância, a fim de apurar a existência de alguma relação causa e efeito.

Apressadamente, o Cambono (4), que ajudou a costurar a boca dos sapos, filosofou: “já vi urina de sapo cegar, mas, matar, é a primeira vez”. O Ogã Axogun descosturou a boca dos sapos e leu os nomes. No primeiro batráquio, lá estava o nome de José Genoíno, no segundo, em letras maiúsculas, o nome de José Dirceu, no terceiro, estava escrito Presidente José, com o sobrenome ilegível.

O Cambono, muito enxerido, fez o seguinte comentário: “Será que é José Figueiredo, José Geisel, ou será José Médici?”. Repassando mais um pouco na História pátria, lembrou de José Linhares que, com a deposição de Getúlio Vargas, assumiu, na qualidade de Chefe do Poder Judiciário, a Presidência da República em 30 de outubro de 1945, permanecendo no cargo até 31 de janeiro de 1946. O Cambono esqueceu esse José, pois três meses não o transformariam num grande ladrão.

O Ogã Oxogun, designado como sindicante, do alto de sua experiência e lembrando das recomendações repassadas: ”o trabalho tem que ser feito com os ingredientes certos, nem mais nem menos”, deu o seu “veredicto”: O Abiã, José Apropriâncio da Silva, morreu de overdose. Os três Josés foram demais.

Com a aproximação do pleito eleitoral, o triste é constatar que, no nosso povo, o efeito da overdose tem servido somente para anestesiá-lo, ainda mais, transformando-os em pacientes de uma grande UTI, chamada Brasil.

Em 1º de outubro, lembre-se:

V O T A N D O L U L A, V O C Ê V O T A P C C

(Partido da Causa Corrupta)

Descrevendo o genocídio perpetrado pela maioria hutu sobre a minoria tutsi, Philip Gourevitch, em seu livro Histórias de Ruanda, dá seguinte a definição de Poder

"O poder consiste em grande parte na capacidade de fazer com que os outros habitem (sobrevivam) o cenário da realidade deles, que você construiu, mesmo que você tenha que matar uma porção deles para que isso aconteça".


(*) Jacornélio já foi filósofo, é ex-filado à ARENA, ao MDB, ao PP, ao PFL, ao PT, ao PCB, e hoje está no PMDB; é cambono experiente; e, atualmente, é Diretor-Geral do Fundo Nacional de Pensão dos Anistiados Políticos (FUNPAPOL).


Notas:

(1) Abiã: É a pessoa que começa a freqüentar o terreiro como assistente (fiel) e, em muitos casos, com a intenção de ingressar na religião. Freqüenta regularmente as cerimônias.

(2) Ogã Axogum: É quem tem o poder da mão de faca, ou seja, é quem tem autorização perante o chefe do terreiro e dos Orixás para realizar qualquer matança (sacrifício de animais).

(3) Babalorixá (Pai de santo): Autoridade máxima do Terreiro.

(4) Cambono: É quem tem todas as obrigações modestas do terreiro, embora não seja iniciado. É o grande trabalhador anônimo. É, simplesmente, um ajudante.


Revisão: Paul Word Spin Org Writer, cambono inexperiente.

Brasília, 22 de setembro de 2006.



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