Caro Gabriel,
hoje,primeiro de maio,repasso na minha mente toda uma história havida em torno desta data e enxergo o companheiro Lula nas portas das fábricas gritando por justiças,as mesmas que hoje ele esquece.Lembro do menino na frente do tanque ,em Pequin,na Praça Vermelha,se imaculando pela liberdade.Lembro Moscou,desfilando sua força,hoje toda transmutada,em nada.
E lembro de toda uma geração,como a minha,que lutou,lutou,aqui no Brasil,como na França em 1968,e viu seus onhos perdidoas,levados pelos mentirosos,interesseiros,
servis protagonista da materia.Nossos filhos não entendem,não podem entender o que nos fizemos.Mas,afinal,Gabriel,o que nos fizemos?
Responde,por favor,tens talento e meios,explica à essa geração que hoje corre atras dos sonhos,que corre atras de emprêgo,que corre atrás....explica,Gabriel,por favor!
Bem,sei que da tua lucidez nasce um conforto ou um grito de guerra.Que seja santa,estamos cansados.Todos.O Brasil,hoje,vestiu-se de luto,preto nas janelas.E agora?
Costumo dizer que a globalização nada mais é que a expanção do mundo externo,fantástico,assombroso,infinito em novidades e espaços...E o homem,cambaleante,procurando,em meio a essa imensidão ,o seu espaço,o seu mastro,aonde deve fincar sua estaca para,ereto,firme,conhecedor de si,caminhar de cabeça erguida no sol da sua verdade pessoal.
E isso é tanto verdade,Gabriel,que se voce examinar o conteúdo dos e-mails vai encontrar mensagens que são mais apelos (gritos sussurados!) de esperança.São orações expandidas,assim como quem não quer nada,como se fosse belezas que estão aí.Pega....
Meu amigo,pensa,escreve,responde sobre essa comunicação que anda rastejante,pedindo passagem...
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