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Erotico-->É CARNE, É OSSO -- 05/05/2008 - 22:38 (Pedro Gomes da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É CARNE, É OSSO

Pedro Gomes da Silva



LMN era a maneira de algumas pessoas se referirem as filhas do lavrador Horácio e sua mulher Maria das Graças.
L de Lenira, a filha mais velha do casal, M de Márcia, a do meio e N de Norma, a caçula. Havia uma razão para as pessoas se referirem a elas daquela maneira. Lenira, Márcia e Norma eram portadoras de deficiência mental. Eram retardadas, não em grau elevado, mas em razão da situação social e econômica dos pais foram criadas sem tratamento, sem acompanhamento especializado e sem estudo. A caçula já estava com dezoito anos e nenhuma delas havia se casado. Não porque fossem feias. Não. Não eram. LMN eram simpáticas. Só faltava cuidados pessoais para se tornarem muito atraentes. Porém não sabiam fazer quase nada. As três eram tão unidas que onde uma estava as outras estavam juntas, como se uma fosse a sombra da outra. Por esta razão, quando alguém queria falar sobre uma delas, dizia LMN, porque eram como se fosse uma só.
Certo dia chegou no lugar um rapaz impetuoso, inescrupuloso, que não tinha o menor receio ou temor de praticar atos ilícitos. Ele ao tomar conhecimento da situação das jovens, procurou logo conhecê-las pessoalmente, já antevendo o que iria acontecer. Lilico viu as moças e falou a si mesmo.
- Aquelas estão no papo. As três. Não vou deixar por menos.
Lilico não se deu ao trabalho de conquistar as moças por simpatia, conversas amigáveis, carinhosas. Ele partiu para o ataque de impacto, direto para não dar tempo aos pais saberem e dificultarem o seu objetivo. Ele começou pesquisando os costumes, os hábitos das jovens e descobriu que elas, todos os dias, quase no mesmo horário, saiam de casa e iam até o pequeno regato, que passava a aproximadamente seiscentos metros de distância da casa, para tomarem banho. Lilico fez uma barraca desmontável de um metro quadrado de área com dois metros de altura. A barraca foi construída com ripas e pedaços de uma lona velha.
No dia do ataque, Lilico levou sua engenhoca para o caminho e instalou-a próximo do local de banho. Entrou e ficou a espera das vítimas.
LMN vinham conversando alegremente, até quando avistaram aquela coisa estranha na beira do caminho. Elas aproximaram-se com cautela, olharam e uma delas falou:
- Parece uma caixa grande.
- Parece mesmo.
- É uma caixa grande, sim.
Elas deram uma volta em torno da barraca e viram aquela coisa ali pendurada de um dos lados. Uma delas olhou de perto, pegou, apalpou, torceu para um lado e para o outro e falou:
- Parece que é um pedaço de carne.
Uma outra, também olhou, pegou, apertou algumas vezes e falou:
- Não é carne, é nervo.
A última também pegou, apertou várias vezes, tentando descobrir, quando a coisa começou a derramar uma espécie de creme pela ponta, então ela falou. Não é carne e nem é nervo. É osso. Vejam o tutano derretendo.
Não era nem uma coisa e nem a outra, era o pênis que o rapaz pusera para fora. Naquele dia Lilico parou por ali. Quando as moças perderam o interesse pela coisa e prosseguiram a caminhada, ele desmontou a barraca, guardou-a e foi observar as banhantes de outro lugar.
Três dias depois Lilico tornou a armar sua barraca na beira do caminho, mais próximo do lugar do banho das moças, entrou e ficou esperando. Daquela vez elas já estavam bem próximas da barraca, quando a avistaram. As jovens pararam e uma delas falou:
- Vamos chamar a mamãe para ela ver.
O rapaz ouviu e antes que o seu intento ficasse difícil de se realizar, ele saiu da barraca e falou:
- Não é preciso chamar, eu mostro a vocês.
- Não. Nós não podemos conversar com você sozinho.
- Por que não?
A Márcia, antecipando-se as outras, explicou.
- A mamãe disse para nós não conversar com homem sozinha para não perder a virgindade.
- Ela está certa, mas se vocês quiserem ver, eu mostro sem conversar.
Elas se olham entre si e sem dizerem nada foram se aproximando devagar. Lilico, com um sorriso nos lábios, abriu uma das laterais, que servia de porta e deixou elas olharem tudo. Quando as moças perderam o interesse pela construção, Lilico falou:
- Se vocês quiserem, eu ensino uma maneira de nunca mais perderem a virgindade.
- A mamãe disse que se nós conversar com homem, perdemos a virgindade.
- Vocês não querem acabar com este problema? Se quiserem em resolvo.
- Não tem perigo?
- Nenhum. Podem confiar. Depois disto, nunca mais vão perder a virgindade.
- Eu quero - falou a Lenira.
- Eu também - repetiu Márcia.
- E eu também - falou a caçula.
- Então vamos até ali, que eu vou costurar, ai pronto, nunca mais vão ter problema com virgindade.
Lilico desarmou a sua barraca, levou as moças para um lugar escondido e falou, primeiro para a mais velha.
- Deite-se aqui que eu te costurar, se doer um pouco não se preocupe, é porque estou costurando.
Lenira fez tudo como o rapaz mandou e ele sem nenhum remorso de estar se aproveitando da ingenuidade da moça-criança a deflorou na presença das irmãs. Quando ele levantou-se falou para ela.
- Pode levantar-se. Agora pode ter certeza, nunca mais vai perder a virgindade.
Márcia, antecipando-se a outra irmã, falou:
- Agora é eu. Eu também quero ser costurada logo.
- Espere só um pouquinho. Não precisa ter pressa. Eu costuro.
Márcia se preparou para receber o suposto anjo-da-guarda. Ele, antes de possuí-la, avisou:
- Vai doer um pouquinho, mas para costurar é assim mesmo.
Quando o aproveitador da ingenuidade das crianças grandes levantou-se, a caçula foi logo falando:
- Agora chegou a minha vez.
- Espere. Tenha paciência. Talvez vamos ter que deixar para outro dia.
- Não. Tem que ser hoje. Você já costurou elas, vai ter que costurar eu também. Ainda tem muita linha. Eu vi os dois novelos pendurados, balançando.
- Está bem, eu vou tentar. Não sei se vou conseguir.
- Tem que costurar. Então tem que me dar pelo menos um novelo da tua linha para a mamãe costurar. Ela sabe costurar.
- Ela não tem a agulha própria para isto. Pode deixar que eu mesmo vou costurar.
Naquele dia as moças chegaram em casa muito diferentes dos outros dias. Estavam mais alegres, mais contentes e demonstravam satisfação. A mãe vendo a alegria estampada no rosto das filhas perguntou:
- O que foi que aconteceu para vocês estarem tão felizes assim.
Mamãe, nós encontramos um homem que costurou nós. Ele garantiu que agora nós não perdemos mais a virgindade.
- As três! Um só!
- Foi.
- E ele podia costurar mais, mamãe, porque os dois novelos de linha dele ainda tinha era muito, quando terminou de costurar a Norma.
- Vocês são mais bobas do que eu pensava que fossem. Vocês não perdem mais a virgindade, porque não têm mais o que perder. Ele não costurou, ele tirou a virgindade de vocês.
- Eu não vi ele tirar nada.
- Nem eu.
- Não quero ouvir nenhuma de vocês falando em virgindade nunca mais, nem aqui nem em outro. Entenderam? Acabou-se esta história de virgindade. Não quero vocês falando nisto nunca mais. Pra ninguém. Entenderam?
Não houve resposta. A mãe, decepcionada, voltou a falar, não para as filhas, mas para si mesma. Porém falou tão alto que todas elas ouviram.
- Nenhuma mulher devia nascer com essa tal virgindade. Talvez assim as meninas, as moças fossem menos perseguidas.
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