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Cartas-->Carta ao Comandante do Exército -- 25/04/2005 - 09:11 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Porto Alegre, RS, abril de 2005.

Excelentíssimo Senhor General

FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE

Comandante do Exército Brasileiro.

Inicialmente, minha respeitosa saudação a Vossa Excelência.

Em razão de sua Carta Circular, de março/2005, dirijo-me ao Ilustre Comandante, em primeiro lugar, para agradecer seu nobre gesto em se dirigir a cada um de seus comandados; em segundo lugar, para expor a Vossa Excelência, algumas questões que julgo da maior relevância para a integridade de nossa gloriosa Força Terrestre.

Não paira a menor dúvida de que nossos irmãos da Reserva constituem um patrimônio moral e até operacional inseparável dos irmãos da Ativa. Explico-me: a uniformidade de nossa formação e o amor incondicional e indivisível que temos pelo Brasil nos fundem numa essência única de deveres e compromissos inegociáveis.

Nesse contexto, vejo com preocupação o avanço – entre o pessoal da Reserva e também entre o pessoal da Ativa – da inconformidade de como o Comando do Exército, representado por Vossa Excelência, conduz a questão relativa aos princípios norteadores da Revolução de 31 de março de 1964.

Por que a Revolução, ou melhor, a Contra-Revolução de 31 de março de 1964? – Porque, inarredavelmente, foi o divisor de águas da própria História do nosso Exército, em ANTES e DEPOIS!

ANTES - a desordem, a indisciplina, o ódio e a insegurança, mais uma vez levados a termo pelo inimigo de sempre. (Inimigo de sempre, porque em que pese a queda do Muro de Berlim, ainda subsiste, principalmente na América do Sul, de modo preocupante, empregando o mesmo ideário, ora torpe e cruento, v.g., como é o caso das FARC, na Colômbia, ora não menos violento e sedento de poder, como é o caso do MST e similares, em nosso País - braço revolucionário do partido que, infelizmente, dá base ao atual Governo.)

DEPOIS – a restauração da autoridade, da segurança, com a retomada da ordem e dos princípios basilares de nossa formação Histórica: liberdade com responsabilidade.

Todavia, ao longo dos anos que se seguiram ao DEPOIS, veio a Revolução de 31 de março, gradativamente, sendo relegada ao esquecimento, até chegarmos, agora, a ponto de nem mais ser comemorada – explicitamente – pelos irmãos fardados, e isto por obra de Chefias complacentes, que, inexplicavelmente, passaram a ignorar até mesmo o culto que devemos aos inúmeros companheiros que deram a vida pelo amor ao Exército e por um Brasil livre, no combate à subversão e ao terrorismo.

Muitas vezes tenho me perguntado e sei que a mesma pergunta é feita por todos aqueles companheiros com os quais ombreamos em dias difíceis: “Fizemos a Revolução para quê?”, pergunta esta que advém do resultado que tanto nos magoa: para dar Anistia, para indenizar terroristas e para levar ao Poder os nossos inimigos! E mais: para sermos diuturnamente atacados em nossa honra e dignidade, sem que uma voz sequer, de nossos Comandantes, nos venha em socorro. Vossa Excelência, recentemente, é verdade, assinou uma Nota, considerada por todos quantos tive a oportunidade de ouvir, como oportuna, corajosa e brilhante. No entanto, veio Vossa Excelência, logo depois, a retificá-la, num recuo que nos deixou ainda mais desmoralizados.

Correto seria afirmar que, se sofrêssemos individualmente, apenas, as conseqüências dos inúmeros recuos de nossos Chefes em manter as diretrizes Revolucionárias, por esse ou aquele excesso que, por ventura tivéssemos cometido em ação, o revanchismo seria até suportável, em que pese a Anistia e a falta de solidariedade dos irmãos de farda. Mas não é o caso, porque, o que estamos a vivenciar, é o desgaste das FFAA (particularmente do Exército), como Instituições. E, o que é pior: a volta ao statu quo ante, isto é, o retorno a uma instabilidade social mais contundente daquela que deu origem ao Movimento de 64.

Na verdade, vivemos um momento de insegurança nunca dantes vivenciado. Não se tem mais tranqüilidade. Nenhum homem de bem pode, atualmente, transitar despreocupado e seguro em qualquer Região do Brasil. A bandidagem sim, esta circula impune e livre; impõe suas regras; delimita seu território, excluindo, por supremo absurdo, a ação do próprio Estado.

Tudo isso porque o Estado é débil; o Governo mostra-se incapaz e demagogo; porque não há comando, e, porque, a corrupção impera – de modo escancarado – no seio do Poder.

Sei que Vossa Excelência, como bem citou em sua Circular, jamais há de esquecer as lições do passado nem os exemplos de dignidade que nos foram transmitidos. Mas, Excelência, a preocupação de nosso pessoal é com o silêncio de nossos Chefes, com a implícita conformidade ante todos os ataques que nos dirigem, ante a perseguição sem trégua e sem indicativo que um dia terá término.

Diante disso, também me pergunto como é que um sargento, ou até mesmo um jovem oficial, agora formado, haveria de se comportar ante um hipotético (e potencialmente possível) enfrentamento nos moldes daqueles ocorridos na década de 70? Teria motivação suficiente e até mesmo preparo psicológico para por em risco a própria vida, sabendo, hoje, da glória do inimigo e da imagem deformada que impingiram aos quadros que atuaram contra a subversão?

Minha convicção, Digno Comandante, é a de que nosso Exército vem perdendo o rumo. Tenho falado com muitos dessa nova geração de oficiais e sargentos. A maioria nem sequer conhece os motivos por que fizemos a Revolução de 64! E o que é pior, nosso Exército está infectado de oportunistas e de traidores. Não incorro em exagero. É a realidade incontestável que, dia após dia, assim me tem demonstrado. Agora, por exemplo, estou lendo um livro sobre a Guerrilha do Araguaia, cujos autores tiveram acesso aos arquivos secretos do Exército. Ora, se os autores fossem gente nossa, tudo bem; mas, infelizmente, trata-se de mais uma obra tendenciosa, a mostrar os guerrilheiros como exemplos de patriotas e idealistas, que, deixando a própria família, se embrenharam na selva, por “amor à liberdade, à democracia e por justiça social”, enquanto destaca a atuação das Forças Armadas, naquele episódio, como “de quase animalidade”, segundo o próprio Editor do referido livro. Digo isso porque venho lutando desde 1986, quanto publiquei Brasil:Sempre, em mostrar a verdadeira face da esquerda. Nunca tive o menor apoio em minhas pesquisas ou intentos; pelo contrário, fui preso por 10 (dez) dias. E agora, dá-se aos inimigos, o que temos de mais secreto, para que, além do lucro com a venda da obra, tenham mais uma oportunidade de nos colocar na posição de bandidos!

Tenho para mim que o futuro de todo militar da Ativa é a Reserva. Quando deixei a Ativa, embora psicologicamente preparado, senti uma sensação de perda. Na verdade, a ruptura com o dia-a-dia da Caserna é tão profunda, que somente a solidariedade dos companheiros – da Ativa e da Reserva – pode aplacar. Recentemente, quando lancei meu novo livro “Operação Estrela Vermelha” (do qual remeto um exemplar a Vossa Excelência), senti quão valoroso, gratificante e imprescindível esse apoio. Mesmo sendo eu um simples sargento reformado, estiveram na sessão de autógrafos Oficiais Generais da Reserva, tais como: o General Adolfho João de Paula Couto, que, com quase 90 anos, e já com problemas de saúde, deslocou-se de sua residência até o local; seu irmão, o General Rui de Paula Couto; o Gen. Daniel de Andrade, e, posteriormente, recebi em meu escritório, o Gen. Arlênio Souza da Costa, que não pôde, no dia, estar presente. Todos esses valorosos Comandantes, vários outros Oficiais e Sargentos, a prestigiarem um simples companheiro, isto porque, estivemos e estamos irmanados pelos ideais da Contra-Revolução de 1964!

Normalmente, quando se está na Ativa, não se vê os problemas da Reserva. Quando Vossa Excelência estiver na Reserva, certamente, verá com outros olhos as questões que nos afetam. Agora, por exemplo, nos debatemos com a questão do porte de arma. Nada está claro a este respeito. Sei de casos em que Comandantes de Unidade estão negando porte de arma até para Sargentos da Ativa. O medo está tomando o lugar da segurança! Não é possível que nós, que vivemos das armas e pelas Forças das Armas, sejamos cerceados de tal direito. Até acho, e aqui registro como opinião a ser considerada por Vossa Excelência, que o pessoal da Reserva, de quando em quando, deveria ser submetido a exercício de tiro. Tal prática, além de manter a Reserva apta a qualquer eventualidade, a colocaria num maior entrosamento com o pessoal da Ativa.

Por último, devo abordar a grave situação financeira que abate, de igual para igual, o pessoal da Ativa e da Reserva. Sei que Vossa Excelência, mais do que ninguém, está a par desse arrocho que tanto nos tem aviltado. O absurdo dessa situação é que existem recursos para as milionárias indenizações e aposentadorias dos que se fizeram de “perseguidos pelo Regime Militar”; não faltou dinheiro para a compra de avião novo para a Presidência nem para patrocinar verdadeiras viagens turísticas pelo mundo; existem recursos para a compra de apoio de parlamentares da Câmara e do Senado; existem recursos para manter o MST, em todo o país, invadindo propriedades privadas e prédios públicos, e, tão abastado está o Tesouro, a ponto de levar o Presidente, de modo unilateral, a perdoar dívidas de outros países para com o Brasil! No entanto, “não existem recursos” para dar vencimentos condignos aos que, diuturnamente e devotadamente, se dedicam a servir. O inconcebível em tudo isso, em que pese a força que temos, é ver nossas mulheres em passeatas de protesto, a pressionar um Governo que nos é totalmente adverso e perverso.

Não lhe peço escusas pela franqueza, mesmo porque, não viceja em meu espírito a mínima intenção de melindrar Vossa Excelência. Sou um homem disciplinado e tenho a hierarquia como dogma. De qualquer forma, tenha Vossa Excelência total confiança naqueles que lhes são sinceros. O que não posso é ficar alheio à época em que vivo nem relegar à inércia meus princípios de cidadão e de soldado.

Ficaria muito feliz se as colocações aqui expostas fossem consideradas por Vossa Excelência, na grandiosa e honrosa missão de nos Chefiar.

Respeitosamente,

Marco Pollo Giordani

2º sgt ref.

***

Obs.: O 2² sargento reformado do Exército Marco Pollo Giordani é autor do livro "Brasil Sempre!", editado pela Tchê! Editora Ltda, Porto Alegre, RS, 1986. Trata-se da outra face da moeda que tem "Brasil Nunca Mais!" apresentado como real valor de face. No entanto, essa obra, financiada pelo tenebroso Cardeal Paulo Evaristo Arns (que nos dias de Finados costuma rezar missa pelas "Ossadas de Perus", em vez de rezar um Pai-Nosso pelo Soldado Kozel Filho, explodido em uma guarita em São Paulo pela gangue comunista), apenas enaltece ações de terroristas, que são apresentados como anjinhos à população pouco esclarecida - uma verdadeira lavagem cerebral de desinformação aplicada na cabeça dos mais jovens, que não conheceram a verdadeira História recente do Brasil. O livro de Giordani é um antídoto ao livro mentiroso e peçonhento do bispo vermelho. Todos os brasileiros deveriam ler "Brasil Sempre!" para ficar melhor informados (F.M.).








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