Era considerado um homem honesto e trabalhador. Um bom pai de família. Responsável e carinhoso. Temente a Deus. Nas eleições, votou no seu melhor amigo; e o elegeu Presidente da República. Tempos depois, ficou desempregado. Por longo tempo. Ficou desesperançado. Não conseguia entender a nova realidade. Tempos depois, foi pego em flagrante. Em flagrante miséria. Miséria absoluta: não cabia recurso. Foi condenado à morte. Morreu de fome e indignação. E sua esposa ficou com a pensão. E a indignação de dois salários mínimos. Um pouco conformada, pois soube de pensionistas que recebem bem menos.
21 de abril de 2005