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Humor-->OVERDOSE DE PESQUISAS -- 29/08/2006 - 22:02 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

OPINIÃO SOBRE AS PESQUISAS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Há algo de errado nas pesquisas eleitorais. Não se compreende que a cada intervalo de tempo tão curto, sem qualquer fato novo, o candidato Lula continue subindo nas pesquisas de opinião, enquanto que os demais concorrentes permanecem onde estavam ou desabam ladeira abaixo.

Suponho que a amostragem ou os instrumentos de avaliação utilizados por alguns institutos de pesquisas não sejam os mais significativos. Ou que a estatística, como já dissera alguém, é como mulher de biquine: mostra quase tudo, mas esconde o essencial. Sob o ângulo do seu universo político, há que indagar: que tipo de eleitor estaria sendo entrevistado? Em que regiões? E qual a distribuição da amostragem em relação às classes econômicas e sociais a que pertencem? Qual o grau de escolaridade dessas pessoas e seu entendimento, auto-crítica e interesse pela política? São indagações que se apresentam em função da postura do candidato que seria, segundo as pesquisas, eleito no primeiro turno, se a eleição fosse hoje. Postura de quem não comparece ao debate, de discurso prolixo e genérico, de mão única, sem direito a ser questionado. A apologia à pobreza, de crítica à “elite”, e de promessas do tipo de que, se reeleito, o pobre também terá acesso aos aparelhos para correção dental, que, segundo o presidente, seria coisa de gente rica. Ou gente que, abaixo da linha de pobreza, considera a esmola do famigerado Bolsa-Família, mais do que suficiente para silenciar o ronco da fome enjaulada no estômago; e que o Fome Zero não conseguiu resolver, pelo menos em relação à população de Guaribas, no Piauí..

Parece que, novamente, estão apostando no exército de ignorantes políticos, onde a demagogia e o discurso vazio encontram ressonância e acabam por decidir as eleições, garantindo a continuidade do eterno faz-de-conta do crescimento econômico, com liberdade e justiça social, do milagre do crescimento e da promessa de repartição do bolo que nunca sai do forno das intenções.

Não é possível que a maioria dos entrevistados estejam do lado de pretensa liderança que se traduz pelo salvador da pátria, dono da verdade e que, a rigor, apesar das promessas mirabolantes, não sabe o que se passa na cúpula do partido a que pertence, e que o elegeu, e não tem conhecimento do que acontece ao lado de seu gabinete; nunca ouviu falar de mensalão, e que,. apesar da valentia expressa nos seus monólogos, foge do debate político, como o diabo da cruz. Pior, esconde-se de seus antigos companheiros. Adota postura de quem tem vergonha da cor da bandeira de seu partido, que tanto lhe ajudou a galgar o cargo de maior mandatário deste país;. Hoje, a postura do candidato à reeleição é a mesma do camaleão que, diante dos predadores, muda de tom e de cores. Desavermelham-se, num primeiro; e, num segundo, azulam-se e amarelam-se, se me permitem a licença poética.

E a imprensa, guardadas às exceções de praxe, dá a sua contribuição, na medida em que visivelmente adota postura de “blindagem” em relação ao Poder Executivo, do qual é titular o candidato-presidente, ao mesmo tempo em que empresta maior ressonância aos erros e falhas do Poder Judiciário e, muito mais, do Legislativo. Vide o caso dos Sanguessugas, das fraudes em licitações públicas,nos caso das ambulâncias superfaturadas, cuja responsabilidade maior, por natureza, seria dos Ministros e demais titulares de Autarquias e órgãos da estrutura da Máquina Administrativa que realizam e homologam os processos licitatórios.

Pouco se fala na pesada estrutura da Administração Pública que conta, atualmente, com, aproximadamente, mais de trinta órgãos de primeiro escalão. Ministérios e secretarias comandadas por pessoas com status de ministros e que se reportam, em tese, diretamente junto ao Presidente da República. . Evidente que há desperdício de recursos em função da superposição de tarefas e excesso de dispêndio que vai desde o cafezinho, passando pela água gelada, ventiladores, energia elétrica, material permanente e de consumo; além de chefias, assessores, auxiliares, e resmas e resmas de papel em branco, pois não há projetos para serem postos em prática. Não se fala dos cerca de vinte (alguns falam em quarenta) mil cargos comissionados. Verdadeiro exército de apadrinhados políticos. Quando o mais sensato seria reduzir os cargos e reservar a maioria deles para ocupação por servidores efetivos. Por quê? Além de melhor preparados e mais envolvidos com a coisa pública, o estado economizaria, de pronto, 45% dos encargos decorrentes, posto que o servidor do quadro de pessoal permanente, ocupante de cargo comissionado, recebe, apenas, 55% do seu valor, a título de complementação salarial.

Não se vê, na imprensa, maior cobrança, como devia, em relação à substituição de outro exército, que vem desde a época do governo de FHC, que são os chamados terceirizados. Outro exército de mais de trinta mil soldados. Verdadeira burla ao sistema do mérito. Afrontando a nossa Carta Magna. Que exige concurso para ingresso no serviço público. A utilização de serviços terceirizados só deveria, como era antes, no tempo do extinto DASP, ser utilizado para o desempenho de funções não típicas de Estado: vigilância, limpeza e conservação, entre outros similares. Ao contrário do que se apregoa, a Administração não precisa mais do que alguns meses para efetuar a troca desses servidores. Que foram enganados e que poderão, via concurso público, ingressar no serviço público pela porta da frente; sem precisar de favores políticos que comprometem, no mais das vezes, o seu desempenho e, de certa forma, seu descompromisso para com a Administração Pública. Exemplos neste sentido não faltam.

Mas a imprensa parece não querer ajudar. Seria preciso fazer, em relação ao Poder Executivo, o que fizeram em relação ao nepotismo em larga escala que acontece no Poder Legislativo. Quanto são os terceirizados, o que fazem e quanto ganham cada um deles. Talvez assim as pesquisas tomariam o rumo certo. E o cidadão faria jus ao direito sagrado à informação de qualidade. Sem maquiagens.

Por tudo isso, eu não acredito em pesquisas. Quando em excesso e limitadas no seu conteúdo. De qualquer modo, vale lembrar que as pesquisas, teoricamente, são como as fotografias. Exibem aquele momento. E traduzem, apenas, a verdade aparente. A verdade daquele momento. E quando manipuladas, faz lembrar a história da seleção brasileira. Quem não se lembra do excesso de otimismo que tomou conta das páginas dos jornais, antes da Copa do Mundo da Alemanha? Que o Brasil seria imbatível, um dos favoritos ao título. Com tantos craques, criou-se o clima do “já ganhou”. E deu no que deu.

O presidente Lula que coloque suas barbas de molho. Jogo é jogo. Treino é treino. E jogo se ganha no campo. E o campeonato é sempre entre os dois melhores times. Até as eleições, muita água vai rolar por baixo dos panos. E o gramado ficará pesado e escorregadio pra andar de chuteiras de salto alto. Os times azarões podem surpreender. Bolhas nos pés, excessos de peso, e atenção aos eventuais contratos milionários dos patrocinadores deste campeonato poderão transformar os favoritos de hoje em perdedores em potencial.

O HEXA POLÍTICO AINDA NÃO ESTÁ GANHO. LULA DEVERIA PENDURAR O SEU CANECO E SUAS CHUTEIRAS E AGURDAR AS FINAIS DO CAMPENONATO QUE PODERÁ SER DECIDIDO EM PRIMEIRO DE OUTUBRO, OU MAIS ADIANTE, SE A DISPUTA FOR PARA OS PÊNALTIS, COMO ACREDITO.


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