CARTA No. VII
Delasnieve Daspet
Saudades!
Hoje é um novo dia. Um novo dia que surge e que me da oportunidades.
Me oportuniza a vida.
Basta que eu trace um foco. Um objetivo.
Existirão dois dias iguais?
Não creio!
Tem dias que ficam cheios de vazios...
Tem dias que ao abrir os olhos, guardião da alma, nos deparamos com os caminhos que buscamos...
Continuo esperando... descobri, depois de tanto tempo, que que o esperar é mais saboroso do que o alcançar...
Estou guardando todos os defuntos no armário da existência. Uma hora terei de parar e enterra-los ou viverão a me assombrar.
Ficarei com as fibras de minh´alma que me conduzirão a um mundo de sonhos e belezas.
Penetrarei nos meus momentos - e por lá ficarei até descobrir o que guardamos em nós.
Continuaremos sofrendo?
Não chega os anos de solidão que já passamos ?
Lua, estrelas, céu, árvores que balançam ao vento, cheiro de flores.... onde?
Todas as belezas findaram? !
Para mim o sol se esconde, a lua não ilumina a mata, o pássaro não gorgeia,
O pirilampo está sem lâmpada, a brisa não balanca o rio, tudo parado na terra....
Só tua lembraça se agiganta....
E grito teu nome: SAUDADE!
E te canto em meu intimo. Te aconchego em meu ventre.
E teus olhos de brisa refrescam as vagas noturnas que me abraçam.
Luz, calor, chama, vida... vida e morte - não estas presente!
Saudade... assim te chamo. Assim te quero! Assim te busco!
És saudade..Sou lembraça...
Vem, recosta em meus ombros, repousa em meus braços,
Assuma, assome, não suma!
Retorna, toma!
Delasnieve Daspet
23,28 hs - 16-04-05
Campo Grande MS
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