Atílio era um coroa romântico, apaixonadíssimo por sua mulher, Estella. O maior sonho dele era ser pai. Mas, apesar de já estarem casados há longa data, ainda não havia conseguido realizar-se.
Após submeter-se a todo tipo de exames, Estella descobriu que o problema não era dela.
Pressionado, Atílio submeteu-se a inúmeros testes, e foi-lhe revelado o fato de ele ser impotente.
Desiludido, não sabia como compartilhar tal fato com a sua amada.
Um dia, num momento de Sorte, e, certamente de coragem, ele teceu o seguinte comentário:
_ Querida, eu tenho uma novidade para você!
_ É mesmo, Atílio, mas que coincidência, eu também tenho uma revelação a lhe fazer: Meu amor, eu estou grávida!
_ Grávida, como?!
_ Uai, do jeito que toda mulher fica!
Desnorteado, ele pediu licença, precisava ficar só... Refletir.
Teve ímpetos de jogar tudo pelos ares, porém, uma força-maior conteve os seus impulsos. Entrou no primeiro bar que encontrou à frente. Bebeu todas!... Depois ficou ruminando a um canto:
_ Um filho!... Meu ou de outro... O que importa!... Um filho é sempre um filho!
Alta madrugada...
Atílio pegou um violão emprestado com um amigo e debaixo da janela do seu quarto, começou a cantar para a sua amada Estella:
_” E é assim, que eu perdôo os teus deslizes
e é assim, o nosso jeito de viver,
em outros braços, tu resolves tuas crises... Em outras bocas não consigo te esquecer!”
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