Ayra-on-1 tem me causando
Muito riso e gargalhada
Com uns versos tenebrosos
De quem só faz presepada
Mistura o verso e a conversa
No cordel tudo tropeça
Fala muito e não diz nada.
Não faz um cordel agalopado
Nem décima ou redondilha
Quadras, quadrões ou oitavas
E muito menos uma sextilha
Sobra a confusa embolada
Mesmo assim descompassada
Não é nenhuma maravilha.
O velório que você fala
Na certa não é o meu
Pois eu estou vivo e sadio
Eu desconfio que é o teu
Com esse nome estrambótico
Dentro de um caixão exótico
Toda a tua rima morreu.
Quer que eu faça com você
Com fiz com mãe do cão
Fiz ela comer excremento
Pensado que era pirão
Depois ainda dançou xote
Deu mais de vinte pinote
Na palma da minha mão.
Eu vou fazer com você
Como fiz com o lampião
Dei-lhe uma surra de vara
Corri com ele do sertão
O cabra ao me vê chorava
Com medo ele se cagava
E implorava meu perdão.
Já briguei em Pernambuco
Fui aclamado em Brasília
Cordelei em Florianópolis
Fiquei conhecido na ilha
Você pra mim é um pato
Eu como e lambo o prato
E bato na tua família.
Eu sou pau de dá em doido
Bebo chumbo derretido
Se te pegar no caminho
Vou te deixar estendido
Depois de tanto apanhar
Só de você se lembrar
De mulher já sai vestido.
Se você se acha grosseiro
Eu sou pior que o lampião
Digo-te eu sou mais grosso
Do que pentelho de barrão
Eu mato quebro arrebento
Sem choro e sem lamento
Deixo prostrado no chão.
O cara que se garante
Não tem medo de ofensa
Ainda mais de cabra frouxo
Que só abunda o que pensa
Eu dou conta do recado
Sou um cearense arretado
Que qualquer dúvida dispensa.
Cuida-te meu companheiro
Que vou te bater demais
Vou chutar o teu traseiro
Vou te deixar incapaz
Você vai correr e chorar
Trepado num pé de juá
Vai preferir vê o satanás.
