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Artigos-->204. CUIDAR DO CORPO É CUIDAR DA ALMA — MARTINHA -- 12/05/2003 - 06:38 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A organização perispiritual é tão ou mais complexa do que o corpo. É, sem sombra de dúvida, outra obra prima do Criador, que colocou à disposição do espírito que o habita todos os recursos com que temperar o seu destino, segundo os matizes das cores de cada um. Assim, ao profeta, deu cordão de róseas cores com que adorna o manto; ao visionário, apresentou tiara púrpura cravejada de purpurina, para enaltecer o brilho daquela chama contumaz; aos sábios, adjudicou turbante com o qual deverão sufocar os esplendores naturais da sabedoria; aos moribundos, ou seja, aos que estão prestes a abandonar a carcaça luminosa, atribuiu poderes de regeneração, de sorte a favorecer a cura de todos os males que, durante milênios, afetaram o corpo etéreo, para poderem devolver intacta a vestimenta; aos puros, dotou de sensibilidade capaz de abranger, em sua vibração de amor, inúmeros seres que se terão na conta de imensa família, uns mais, outros menos apaniguados, mas todos protegidos; aos sedentos de justiça, estigmatizou com cruz no peito, que irá desaparecer ao entregarem a Deus o coração bordado a ouro em bandeja de prata



Como estará envolto o seu perispírito, caro irmão? Terá a ventura de, ao menos, bruxulear luzinha apaga-não-apaga de força e poder limitado a simples e rouca prece de aflição? Ao menos isso, porque existem inúmeros sofredores que se espojam no lodaçal dos vícios e dos crimes, ineptos para a salvação e onerando os carcomidos, miseráveis despojos perispiríticos.



Esse o enorme leque de possibilidades no campo de atuação de após desencarne. Seres existem que ostentam luzes tão poderosas que necessitam apagá-las para não ofuscarem as vistas dos insensíveis, que não compreendem as conquistas pessoais do amor e da virtude e só enxergariam, na grandiosidade moral do companheiro, favoritismos e privilégios. Outros, na outra ponta da escala, cegos pelos próprios desmandos, não apreendem da existência mais do que os recursos para espoliarem e ridicularizarem os companheiros de infortúnio, quando não estão buscando prejudicar os encarnados que, de acordo com eles, estão tendo segunda oportunidade (a sua vista só alcança esta perspectiva), enquanto permanecem imersos na obscuridade, relegados ao esquecimento. Essas duas pontas se unem, evidentemente, sob a perspectiva do amor divino, pois a misericórdia de Deus é infinita e qualquer criatura obterá do Pai o perdão eterno para os crimes, embora tal atitude esteja condicionada ao cumprimento dos deveres cristãos mais simples e ao qual nem todos se dispõem.



Cremos ter possibilitado ligeira idéia do que representa para o espírito criado por Deus o seu perispírito, esse invólucro sutil do qual terá de prestar contas um dia. Do mesmo modo, vamos solicitar ao leitor que compare com a indumentária carnal, com os cuidados que lhe vem prestando. Se o homem bem cuidou da roupa, se lavou, passou, guardou, preservou da sujeira e dos insetos, restabeleceu dos rasgos e consertou os puídos, recompondo as costuras e pregando de volta os botões, então, estará possibilitando prolongada e proveitosa utilização. Assim também com o corpo físico: um dia terá, por força de sua natureza, de se esfacelar. Mas enquanto oferecer agasalho ao espírito, devemos ter por ele o melhor carinho.



Por isso, é imprescindível não se deixar envolver pelos vícios do copo e do prato, da fumaça e dos entorpecentes. É necessário oferecer-lhe condições de resistência, através de hábitos saudáveis que afastem os inimigos invisíveis (bactérias, vírus, fungos e demais microrganismos), forcejando por levar vida equilibrada de trabalho, de esforço físico e mental e de descanso, sem olvidar que a maioria dos males orgânicos têm origem nas emoções e sensações fora dos padrões, que operam em desarmonia mental, obrigando a organização corpórea a ajustes e reajustes nem sempre condizentes com os princípios vitais, de forma que provocam disfunções que conduzem à doença e até à morte. É preciso, pois, oferecer ao corpo os cuidados necessários para vida plena, a fim de que os objetivos espirituais possam concretizar-se integralmente. É claro que organizações existem debilitadas pela natureza, mas isso é também cármico. Entretanto, nem mesmo nesses casos extremos está o homem liberado dos cuidados com o invólucro.



Aqui também se apresenta amplo leque de possibilidades, mas o princípio da vitalidade orgânica é muito distinto daquele que apresentamos com relação ao perispírito. O corpo humano mais saudável não está relacionado, evidentemente, ao vigor espiritual da criatura que se utiliza dele. Às vezes, até seres muito inferiores na escala recebem corpos perfeitos do ponto de vista clínico, médico, e até do ponto de vista estético predominante entre os encarnados, mas esse apanágio é exterior. O que importa é a alma que jaz submersa nesse pequeno mundo em contínuo definhamento.



Sendo assim, quanto mais jovem o indivíduo, mais vigoroso se apresenta o corpo; quanto mais velho, mais debilitado, mais esclerosado, mais contorcido e angustiado. No entanto, pessoas de grande projeção moral podem habitar verdadeiras ruínas carnais, como na figura romântica do corcunda da igreja de Nossa Senhora de Paris, o Quasímodo, da imortal obra de Víctor Hugo. Citamos a peça literária para demonstrar que o que vimos afirmando é cediço e de fácil compreensão. Entretanto, como são poucos os encarnados que compreendem a necessidade espiritual! E como são tantos os que não entendem até os cuidados necessários para a preservação dos próprios corpos! E como são tantos os que unem os dois aspectos!



Quando chegam ao lado de cá, estranham por não serem portadores de perispíritos perfeitos. Ora, se não cuidaram do corpo físico, se não preservaram os valores morais e espirituais necessários para a conservação do corpo etéreo, como iriam estar na volta com o perispírito perfeito, cheio de luz? É por isso que reiteramos a cantilena de repúdio aos males físicos e morais e o canto de profundo respeito aos valores evangélicos e doutrinais do Espiritismo Kardeciano. Vamos todos fazer jus ao nosso pouquinho de luz ao encontrarmo-nos do lado de cá. Para isso, cuidemos de passar, lavar, tirar as manchas, conservar em bom estado os vestuários carnal e espiritual, o que faremos sempre que, com o coração contrito, elevarmos preces de profundo amor ao Pai e estendermos as mãos sem hipocrisia ao próximo. Arreceemo-nos do pecado e pautemos o procedimento pelas leis da divina providência, pelejando por cumprir, no âmbito das atuações corpórea e espiritual, os princípios sublimes do evangelho.









COMENTÁRIO — HERMÍNIO



Criou a irmã Martinha expectativa na mente do leitor no início do trabalho quando expôs, de modo sucinto, o valor do perispírito para uma das fases do crescimento cármico, que cada qual deverá perlustrar no lento caminhar à casa do Senhor. Essa expectativa, no entanto, não se completa, pois as explicações são muito rápidas e a exemplificação não condiz exatamente com o enunciado, estabelecendo certa frustração.



Nesse aspecto, é bom rever o texto, aperfeiçoando-o, principalmente para que as noções não sejam capazes de suscitar tão-só a fantasia do encarnado, quando o que se tem em mira é favorecer-lhe o entendimento da necessidade de, através de muito esforço espiritual, conservar o mais puro possível o organismo de empréstimo que possui, para poder soerguer-se do ponto em que está, em função do cumprimento dos objetivos de vida. Sendo assim, despertar simplesmente a curiosidade do encarnado, sem lhe influenciar decisivamente o procedimento, é, no mínimo, perda de tempo.



Não nos tome, entretanto, como mestres ranzinzas em que tudo acham defeito. Longe disso. A curiosa comparação entre perispírito e corpo carnal pode levar o leitor a excogitações de ordem moral valiosas para a influenciação de seu proceder. Mas são poucos os encarnados em condições de se deixarem levar por sugestões tão sutis. Era preferível melhor caracterizar, nos aspectos técnicos e científicos, o perispírito ou, então, encaminhar à literatura concernente ao assunto, para não possibilitar ao leitor médio o desenvolvimento de idéias fantasiosas a respeito do corpo espiritual.



Quanto às recomendações de caráter “carnal”, se assim podemos dizer, estão dentro dos princípios que norteiam as aulas de influenciação intuitiva e primam por considerar oportuno relacionar a mente (no que respeita às emoções) ao físico, para compreensão dos desarranjos da saúde. Esse princípio, ainda não bem compreendido pelos encarnados, mesmo os profissionais da saúde, pode ser valioso para os que se dedicam a vigiar as reações corpóreas, no intuito de captar as causas dos distúrbios orgânicos.



Está, pois, a lépida irmãzinha de parabéns, especialmente por ter conseguido imantação razoável, dado que dispensou quase totalmente a nossa ajuda no que concerne ao trabalho mediúnico em si.



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