O Pe. Reynaldo Zaniboni Netto, filho do Sr. Joaquim Zaniboni e de dona Ernesta Furlan, nasceu aos 28 de outubro de 1930, na cidade de Araras, Estado de São Paulo. Quando garoto freqüentou o Oratório São Luiz, na sua cidade. O ministério de coroinha e a convivência no Oratório, que era diária, o levou a refletir sobra a sua vocação e a entrar para o seminário em Lavrinhas, onde funcionava o aspirantado. Os meninos chegavam da escola e logo iam para o Oratório, onde ficavam o restante do dia. No Oratório os alunos praticavam esportes, participavam da Eucaristia e tinham retiros espirituais mensais.
Pe. Reynaldo era uma pessoa dotada de muitas qualidades: bom esportista, bom cantor e tinha uma memória privilegiada. Contou-me ele próprio, que no aspirantado era convidado a atuar em peças de teatro com muita freqüência e sempre se saia muito bem. Gostava da arte cênica e rapidamente decorava longos textos, que sabia improvisar com habilidade.
Terminado o aspirantado em Lavrinhas, em 1947, no pedido para entrar no pré-noviciado, escreveu: “não é um passo de muita responsabilidade, mas é sempre um passo a mais para um aspirante e um passo a mais na vida da gente”. Após essa etapa, o Pe. Reynaldo seguiu a Pindamonhangaba, no ano de 1949, para fazer o noviciado. Em seu pedido para entrar no noviciado, escreveu: “Sinto necessidade desta carreira para poder um dia salvar a minha alma e também a de tantos jovens e outras pessoas que vivem no mundo sem religião”. Ele foi aceito com as seguintes observações, entre outras, “expansivo (é bom moderá-lo); aptidão para educar: vocação firme”.
No dia 30 de janeiro de 1950, fez a sua primeira profissão religiosa. No pedido para ser admitido como religioso salesiano afirmou: “com vontade, de uma vez emitido os santos votos, conservá-los até a morte... meu desejo é consagrar-me para sempre ao estado religioso e sacerdotal”.
Terminado o noviciado ele seguiu para Lorena, onde realizou os estudos filosóficos, de 1º de fevereiro de 1950 a 31 de dezembro de 1955. Ao pedir para renovar os votos trienais, em 1953, ele escreve: “renovando os votos porei mais empenho para cumpri-los melhor... pedindo o auxílio a Nossa Senhora Auxiliadora e a Dom Bosco, fiel à minha vocação até a morte”.
De Lorena seguiu para São Paulo, onde iniciou seus estudos teológicos, permanecendo de 1945 a 1959. No dia 14 de janeiro de 1956, fez a sua profissão perpétua, na cidade de São Paulo. No pedido aos votos perpétuos escreveu: “depois dessa decisão confio na proteção de Maria Auxiliadora, que acompanhará os meus passos, protegendo-me nas horas difíceis e levando-me um dia para o Céu com Dom Bosco”.
Em 21 de setembro de 1957, recebeu o ministério do Leitorado. Ainda no mesmo ano recebeu o ministério do Acolitado, em 7 de dezembro. Ao final do curso de teologia, em 14 de março de 1959 recebeu o primeiro grau do Sacramento da Ordem e foi ordenado Diácono. Após tantos anos de seminário e um ano de ministério diaconal, chegou ao tão desejado e esperado objetivo: ser ordenado sacerdote salesiano. Isso aconteceu em São Paulo, no dia da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, no dia 8 de dezembro de 1959. Logo, a obediência o encaminhou para o Liceu Sagrado Coração de Jesus, onde por um ano ofereceu as primícias do seu sacerdócio àquela comunidade.
Obras salesianas onde o Pe. Reynaldo Zaniboni viveu e trabalhou:
Lorena — Colégio São Joaquim de 01/02/1950 a 31/12/1955
São Paulo — Lapa de 01/01/1956 a 08/12/1959
São Paulo — Liceu de 10/12/1960 a 31/12/1960
Campinas — Liceu de 01/01/1961 a 31/12/1964
Lorena — Colégio São Joaquim de 01/01/1965 a 16/01/1966
Cruzeiro — Oratório de 17/01/1966 a 17/01 1969 (diretor)
São Paulo — Liceu de 17/01/1970 a 31/12/1974
Campinas — Liceu de 01/01/1975 a 31/12/1976
Londrina — Paróquia Dom Bosco de 01/01/1977 a 31/12/1978
Sorocaba — Colégio São José de 01/01/1979 a 31/12/1979
Piracicaba — Dom Bosco de 01/01/1980 a 31/12/1984
Guarujá — Paróquia Nossa Senhora de Fátima de 01/01/1985 a 31/12/1985
Campinas — Liceu de 01/01/1986 a 31/12/1987
Piracicaba — Dom Bosco de 01/01/1988 a 31/12/1996 (pároco)
São Paulo — Santa Teresinha de 01/01/1997 a 01/02/1999 (pároco)
Campos do Jordão — Vila Dom Bosco de 01/02/1999 a 01/02/2000
Campinas — Liceu de 01/02/2000 a 01/02/2002
Campos do Jordão — Vila Dom Bosco de 01/02/2002 a 01/02/2003 (ecônomo)
Guarujá — Paróquia Nossa Senhora de Fátima de 01/02/2003 a 2004
Americana — Paróquia Dom Bosco primeiro semestre de 2005
Araras — Oratório São Luiz julho de 2005 a janeiro 2008
Em 2005 deixou Americana e veio para Araras, na sua terra natal. Em Araras, no Oratório São Luiz, onde já com a saúde abalada viveu os últimos anos de sua vida. Em 2006, no dia 4 de agosto, contratamos um enfermeiro para ficar à total disposição dele. Mesmo assim reclamava que sentia a necessidade de mais pessoas em contato com ele. Quando sua situação de saúde se agravou mais, o internamos na Casa do Idoso São Judas Tadeu, onde foi muito bem tratado e se sentia bem de verdade. Isso aconteceu no dia 4 de novembro de 2006. Às vezes, levando-o ao hospital, passava com ele em frente ao Oratório. Questionado se recordava do Oratório, ele apenas ria, sem comentário, deixando muito claro que, na sua situação, a Casa do Idoso São Judas Tadeu era o lugar onde ele se sentia em casa. Ali havia muitas pessoas que davam atenção a ele o tempo todo. A equipe de profissionais era mesmo muito especial. Ele sentia que era muito querido por todos, era alvo de atenção e isso lhe fazia muito bem.
No dia 8 de janeiro de 2008, a coordenadora da Casa do Idoso, percebendo que ele estava mais fraco que o normal, recomendou que lhe dessem um banho por primeiro, para encaminhá-lo ao hospital. Foi internado por volta das 8h00, e às 13h00, recebemos a notícia de que havia encerrado o seu tempo de vida na terra.
Pe. Reynaldo foi enfraquecendo e se apagando como uma vela, até que descansou. Na sua missa de corpo presente estiveram concelebrando Dom Vilson, (bispo de Limeira), o Inspetor, padres salesianos, canossianos, diocesanos, religiosas e participação bem significativa da comunidade. Que Deus o tenha na glória.
Pe. Tarcísio dos Santos, Diretor.
