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cronicas-->2009 - Ocorrências -- 17/06/2009 - 14:03 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estou mexendo no pacote de seguros, aqui da Marfin, dos carros e caros. Sabiam que carro vira casco e o que se paga é prêmio. Quando você comete um atrapalho qualquer, isso vira um sinistro e, aí, eles dão uma cobertura. Tudo está na apólice escrita em segurês, uma língua segura de si. Parei e fui longe, pensando nas minhas ocorrências, nada sinistras, mas latentes em meu viver. Semana passada raspei a roda de liga nobre do meu Golf, muito pouco para acionar. Depois do atrapalho, precisa acionar... ah, voltemos.
Quéisso, vupt, passei tangenciando a parede, com o meu pai segurando a direção do onze-treze azul, estávamos fazendo um bate-e-volta de adubo, eu guiando para São Paulo, pela Raposo, de madrugada, quase deu um Deus-nos-acuda, não batemos naquele túnel perto de São Roque por um triz. Se ele não acorda, babau.
Lá nos sessenta, a gente morava numa casa, que o caminhão era guardado na lateral, onde eu me acabava lavando e engraxando, mas, depois movimentava prá lá e prá cá, até ia manobrar no fundo da rua. Nessa toada, apareceu uma cachorrinha, foi morder o pneu, eu não vi. Sete da noite, escuro, tempo feio: - pegue o carrinho de mão e vá enterrar lá no quintarzão. Fui, que medo.
Quando não era no quintal aí em cima, era no lavador do Posto do Paulo, passava o sábado lavando e ensaboando, depois engraxando e pulverizando, ó sina, e das boas. Tinha uma rampa prá por o caminhão. Não é que eu consegui cair. Umas pessoas correram - que foi, que foi, saí branco da cabine, não foi nada, fique calmo. Suba e de uma ré bem devagarinho, só raspou o eixo. Que bom.
Uma Veraneio linda de doer, vermelhona, uma beleza só, voava. Olha ela lá com as rodas traseiras na valeta. Coloquei primeira e patinou, todas aquelas crianças gritando. Também, depois de várias idas e vindas pela cidade, as vizinhas chamaram a polícia. Percebi, nem pensei, fui virar na rua mesmo e. já falei da valeta. Peguei a mala, entrei no ónibus, até a mão do seu Jairo pegar o meu braço e dizer: - vamos voltar. Nem apanhei.
E assim, outras ocorrências surgiram, menores, batidinha na Ponte da Anhanguera, totó aqui e ali, um vidro quebrado e um toca-fitas surrupiado, mais uns vá... fdp..., um dos mais afetados foi o golzinho, até já falei. Pneu furado, pára-brisa quebrado, radiador fundido, bem, as de sempre e de todos, mais as que não lembro.
Nesses últimos tempos, passei por algumas bravas, deu até sinistro e perda total. Sempre achei que perda era o que se perdia mesmo. No pacote do inicio, só vale perda total. Total. Ta muito chato hoje, acho que vou almoçar na cidade, aproveito e passo no banco, ando um pouco na praça. Era dezembro de noventa e nove, dia três. Saí, fiz isso aí. Estava voltando por uns atalhos, só prá contrariar. Atrás dos bombeiros, atravessei a Regente sem olhar direito, era preferencial. Veio um daqueles Passats importados enorme com duas senhoras, entraram na minha porta direita e me jogaram. Capotei bonito, com as rodas prá cima. No entrevero, vi um buraco e saí apavorado, com os braços cheios de vidros. Dei de cara com uma delas. O senhor está bem. Estou, vamos ver a sua amiga, parada no banco em estado de choque. Chegou gente, socorre ali e aqui, vieram os bombeiros, fique calmo, vamos tirar a pressão. Chegaram, também, os maridos - ei, cêtálouco, onjáseviu. Desculpa. Quem vai pagar. Ora, é só acionar, chame o corretor. O nome dele é...
Sete e meia da manhã, eu com uma pressa de chegar, quilómetro noventa da Bandeirantes, dois guardas e dois da Autoban segurando um imenso cachorro. Percebi já longe, fui chegando,fui chegando. O cachorro me escapa e vem prá cima de mim, só um ligeira desviada e tu, toc, tu, tu, bramm. Consegui sair para o acostamento, sem bater em ninguém. Dois correram prá mim e dois pro cachorro. Ele, coitado, em pandaréco. Eu, inteiro, sem a lateral do carro e fulo da vida. Põ, que cachorrada. O guarda disse, tudo bem? Não, olha aí o carro, quem vai pagar. A Autoban. Nunca pagou. Arrumaram e nós pagamos a franquia.
Vou jantar e dormir lá em São Miguel. Fui, o clima não estava muito bom. Fiquei meio estressado com a minha mãe, porque não sei. Não jantei, vou dormir em casa. Saí, já oito horas, meio desconsolado. Que estrada chata essa até Sorocaba. Terminando ela, pegando a Raposo, fui mexer no banco de trás, saí no acostamento e encontrei uma daquelas imensas tampas de concreto. Voei e caí adiante, num espatifar bonito, até fumaça saiu, chii vai pegar fogo. Não pegou, mas tudo quebrou, as rodas, caiu o motor, o Stilo ficou feio de doer. Acionei a Via Oeste, vieram. Melhor chamar o seguro, fui de táxi embora e o carro no caminhãozinho. Depois foi uma briga de dois meses. Consegui a perda-total. Total. Não foi fácil o Stilo virar um Cross-Fox.
Bem, acordando das ocorrências, voltemos ao pacote. Melhor negociar e torcer para que as ocorrências não virem sinistros, nem sinistras, muito menos deixem de serem lembranças. Brrrrr...
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