Sono eterno
maria da graça almeida
Na impotência do refém,
um bocejo do além.
A sentença sem aspas maltrata,
não livra, não larga,
não poupa ninguém.
Pios e trinos
derradeiros, vespertinos.
Vida em baixa, luz em falta.
As trevas inundam
e bisbilhotam vagabundas.
Sob o olhar vesgo da lua,
as aves tombam moribundas.
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