Júnior,
Casei-me cinco vezes, com seis mulheres diferentes. Porque talvez não tenha surgido em minha vida uma Alessandra. Ou talvez porque as "Alessandras" que surgiram não o fizeram naqueles momentos em que meu coração estivesse tão aberto quanto o teu, e nem eu preparado para tanto.
Como não tive filhos (e você sabe por quê), foi sempre mais fácil embarcar nas canoas, botes, navios e veleiros que passavam no meu mar. Sempre fui versátil nas questões do amor. Não é que eu fosse volúvel: elas é que não me bastavam. Talvez porque eu sempre quisesse muito de cada uma. Talvez porque, inconscientemente, eu esteja apenas fazendo uma "pesquisa de mercado". Talvez porque sou eleito pelos deuses para ser o que não foram. Talvez porque nunca quis sufocar os meus amores com excesso de presença.
Não sei.
O fato é que, levado pelas circunstâncias e "arrastado" por uma certa "sem-vergonhice" que vem de família, casei-me cinco vezes, com seis mulheres diferentes. E algumas histórias a respeito dessa epopéia estão no meu livro "Solidão a Mil", em parte publicado em um site literário (www.edson.blogspot.com).
Eu gosto muito quando encontro "um" casal que deu certo. Espero que vocês venham a somar 1 na minha listinha... Sou tão radicalmente descrente que minha frase predileta sobre o assunto é:
"Depois de algum tempo, os casais passam a ser de dois tipos: os infelizes - e os mentirosos."
Que, espero, sinceramente, jamais será o caso de vocês. Mesmo porque, no início, todo amor é eterno. E o nosso é sempre mais eterno do que os outros...
Mas, vamos ao e-mail que você me mandou. Adorei.
Vou publicá-lo aqui (se me permite). Ei-lo:
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Olá "Tio Edson" :)
Quanto tempo, hein! Com certeza, também não o reconheceria fisicamente. Porém, não me esqueço
daquele velho Corcel... naquela época ele era novinho... e como poderia me esquecer, se foi o primeiro automóvel que dirigi?... Por certo, isto tem a ver com a minha paixão por automóveis...
Com certeza, você continua o mesmo de sempre, "radical", não é!?! Ao que sei, sempre me ensinava o lado rebelde da vida; como xingar os outros; ser livre; Protestar pelas Diretas em Corrida na R. São Pedro, etc...
Hoje, estou a uma semana de (poder) dizer que sou BACHAREL EM DIREITO, e direi que sou ADVOGADO, daqui mais uns dias... Adoro a liberdade... Sou fiel aos meus princípios e "L o u c a m e n t e" apaixonado pela minha esposa.
Sábado, foi um dia muito especial para nós.
Agradecemos de todo coração, pelo carinho! e etc...
Quando a Eloísa ligou e conversou com a Alê, eu tive a CERTEZA (não sei porque, afinal não nos vemos há 15 anos... Puxa!!! Quanto tempo!!!) que você ligaria, ou até mesmo viria ao nosso casamento. Fiquei muito feliz, quando soube que havia tentado contato comigo...
Sabe, temos algo em comum... você é meu único Padrinho... :))
Aguardamos sua visita!!!
Abraços,
do seu afilhado: Júnior
e
Alessandra
Em tempo, você terá um priminho (ou priminha) dentro em breve...
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Júnior e Alessandra,
Acho que o valor literário de uma carta se mede pela carga de emoção que a envolveu quando escrita. Fundamentado nisso posso te dizer: Tanto a minha quanto a tua dizem mais do que as palavras que as conduzem.
Um abraço, forte, poético, sincero.
Edson Marques.
Noite azul do Guarujá, tomando vinho e pensando na vida. No quanto ela é bela - se vivida com Amor, Gostosura, Ousadia e Liberdade!
Repito: Que você e Alessandra, mais o "priminho" que vai nascer, sejam felizes.
Quanto ao relacionamento de vocês dois, digo apenas o seguinte:
- Aprofundar as questões que unem e deixar em aberto as que separam.
É a vida!
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