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Cartas-->DE ENTRE LEONTINO FILHO E MIGUEL DE MOURA -- 29/03/2005 - 14:32 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE ENTRE LEONTINO FILHO E MIGUEL MOURA


Mossoró, 14 de março de 2005
Estimado amigo
Francisco Miguel de Moura,

espero, antes de qualquer coisa, que tudo esteja bem como você e toda a sua família; daqui, envio-lhe os meus votos de saúde, amor e paz.
Acuso o recebimento de seu primoroso romance intitulado “OS ESTIGMAS”. Li o seu livro com grande entusiasmo e asseguro-lhe que a sua obra é extremamente bem elaborada e recheada de muitos momentos epifânicos. Um grande e instigante romance. Receba os meus parabéns.
Ressalto a minha alegria ao ler a lúcida e luminosa crítica pelo querido amigo BENEDICTO LUZ E SILVA sobre “OS ESTIGMAS”.
Torço para que o seu novo romance D. XICOTE seja logo publicado.
Você recebeu o livro HAVERES (do Demétrio Vieira Diniz), o que você achou?
Dê notícias, assim que puder. Receba o abraço fraterno e afetuoso do amigo
R. LEONTINO FILHO


Teresina, PI, terça-feira, 29 de março de 2005

Estimadíssimo amigo
R. LEONTINO FILHO

Recebi suas cartas de 21.01.2005 e de 14.03.2005. Creio que estou responde às duas, ou principalmente à última, acima transcrita.
Fiquei muito, muito alegre em receber sua manifestação de leitura do meu “Os Estigmas”, aprovando-o e até elogiando, o que me deixa desvanecido. Mas, partindo de quem parte, eu tenho que acreditar na sinceridade. Critério, eu sei, ninguém tem mais do que você, se o digo é apenas para ressaltar. Nem precisava dizer.
Demorei a escrever por causa do livro do DEMÉTRIO VIEIRA DINIZ, de nome HAVERES. Título muito bom. Acho que é uma boa prosa poética, ou uma poesia em prosa (croniqueta, talvez), mas isto não importa. O que importa é que tem poesia, o homem é poeta. A diferença de sua poesia é que faz o estilo. Seu estilo é assim, cada vez melhor, desde a primeira página até a última. Escolho, ao acaso, o poema “Cavalo-do-Cão”, para um exemplo;

“Vinha ronronando o cavalo-do-cão.
Vinha como um pequeno motor voador
tão calmo e inesperado
quase parado no ar
enchendo a tarde com seu zumbido.
Na rua, uma ou outra porta batia de vez com o
redemoinho súbito.
Alguns meninos ragiam uma tábua sobre grãos de areia.

Com um vestido solto, feito de pano ordinário e rosas graúdas
minha mãe olhava as horas pela sombra da parede
sem se dar conta do maribondo
que dava voltas
campeando sua solidão.”(pg.33)

São perceptivelmente iguais todos poemas, compactos, mesmo estilo e só diferentes nas situações, nos fragmentos de memória e sentimentos que lhes destina o Autor, bem como você diz no prefàcio, tão bem urdido, de mestre:
“Nesta colheita, o mundo se entreabre sem pudores, porém com extrema delicadeza, sem as estridências do meramente confessional, sem o alarde choroso da pieguice amorosa e sem o estardalhaço dos exercícios virtuosísticos da linguagem. Em sua poética, a Natureza tem coloração demasiadamente humana, o princípio de tudo.” (pg.11)
É gostoso de ler, sem ranço nenhum, uma novidade, quem sabe o novo de que precisamos na poesia ultra-moderna.
Que posso dizer mais?
Parabéns ao autor, que sustente-se nesse nível ou mais elevadamente se puder, cada vez com o trabalho constante. É a missão do poeta: dizer o que todos dizem de forma diferente, com sabor diferente, trazendo sempre uma luz que mais ilumine.
Não sei se vou escrever sobre o livro, pois meu tempo não é lá essas coisas e os espaços de publicação, muito menos. De qualquer forma, se o fizer, levarei em conta minhas opiniões acima.
D. XICOTE, ao que sei, sairá pela Fundação Cultural do Piauí, ainda este ano, só que em conjunto (quero dizer, num só volume) com os outros dois ganhadores do concurso.
Se não sair, estou disposto a fazer uma segunda edição sem a primeira,
para causar um certo impacto editorial. Que você acha?
Espero suas notícias, sempre bem vindas.
Abraços de amizade afetuosa do

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA
e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br
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