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Poesias-->Imprevisível -- 07/09/2001 - 19:35 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Imprevisível





É para ti

Que a quietude se dá

Oferecendo guarida aos teus lábios

E ainda assim é em ti

Que meu silêncio se arrepia

É em mim

Que as palavras transbordam

Sabem que não me contenho

Nada entendo de moderação



Sou assim, sem atalhos

Não me cabem os adiamentos

Só se me sei em reboliço

Os passos a andarem em ebulição

O gosto da descoberta a me invadir

O imponderável a me vestir os olhos



Talvez me quisesses mais previsível

Quando te abrisse minhas portas

E meus olhares já te falassem de saudades

A pele exalasse tua fragrância preferida

Ou guardasse ainda o ardor dos teus carinhos

Talvez me desejasses menos fugaz

Murmurando as juras próprias dos amantes



É que em mim

O vento folheia-me sem permissão

Abre-me em qualquer capítulo

Estreando enredos em minhas mãos

Tomando-me de súbito, sem ensaios

Quando leio as páginas do teu corpo



E não me perguntes de auroras

Porque pouco conheço de eternidades...





© Fernanda Guimarães

Em 07.09.01





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