Assisto, cabisbaixo, com muita vergonha, tristeza e revolta até, a formação da bancada de sustentação do governo Lula. Constituída em grande parte de “picaretas” e de corruptos, o povo brasileiro não pode esperar que muita coisa venha a acontecer em benefício da nação. Um governo que não consegue prescindir de parlamentares fisiologistas que, às vésperas de escolha de nomes para preenchimento dos cargos federais, abandonaram as suas agremiações para se filiarem a partidos de apoio ao governo, inibindo as ações do Brasil justo que tantos sonhamos, só denota a sua fragilidade diante do rolo compressor do poder econômico nacional e internacional.
Lula em um encontro com Antonio Carlos Magalhães, nos decepcionou ao manter três conversas reservadas com o mesmo, tendo-o aconselhado a “contar até dez”, que no entender de ACM queria dizer que “tivesse calma; agüentasse firme”. Por que?... qual a razão de levantar um cacique político de práticas tão condenáveis que se fragiliza pelas manifestações da vontade popular em seu próprio Estado? Pois bem, da mendicância ao respaldo dos fisiologistas a nível nacional, onze parlamentares do PFL debandaram em vôo ao Palácio do Planalto. E o resultado é que, para se misturar aos picaretas e homens de bem que, em minoria, ainda existem no Congresso Nacional, a base de sustentação do governo foi “fortalecida” em vinte e nove deputados, até o momento.
E interessante é que o único deputado que afirma que a sua mudança não se deu por fisiologismo, deu a seguinte declaração: “Foi uma questão ideológica. Eu sempre fui governo. Quero ter espaço no governo. Quero liberar as minhas emendas”, afirmou. Mas, na verdade, segundo os meios de comunicação, esse mesmo deputado é ligado aos aos setores de transporte e teria sido pressionado pela sua classe. Muitos outros alegaram iguais barbaridades como, p. ex., a questão de cargos federais importantes no Ministério da Integração Nacional e no Banco da Amazônia. O próprio coordenador da campanha do tucano José Serra em determinado Estado, trocou de partido ainda a tempo de participar das negociações dos cargos federais no seu Estado.
A ideologia, portanto, de todos esses adesistas se resume na bandeira por cargos e verbas federais. E os interesses nacionais, onde ficam? Quem estará lutando contra a extorsão verificada nos juros da dívida externa? Ou será que o Brasil, que já reconhecera a incapacidade de pagamento da mesma, vai ter que aumentar a fome, sacrificar mais ainda a nossa economia, para não descumprir os seus acordos? Lula dissera que não; que quando chegasse essa hora, iria olhar bem dentro dos olhos dos agentes do FMI e dizer: “primeiro eu tenho que resolver a fome do nosso povo, vencer o desemprego, viabilizar a economia.”
Mas, não. A iniciativa de elevar os índices do superávit primário indicou um caminho oposto. O Ministério da Integração Nacional foi semi-desativado, os programas sociais tiveram os seus recursos reduzidos e o povo das regiões mais pobres e, economicamente, mais frágeis, a exemplo do Nordeste, saiu penalizado. Esse foi o primeiro grande erro do governo praticado contra o povo. Contraditório, também, uma vez que fomenta o desemprego. Mas, a questão massacrante diz respeito ao desrespeito ao aposentado. E, de repente, aqueles que sempre renegaram como José Dirceu e o próprio Lula, agora querem empurrar goela abaixo. E vão conseguir, haja vista que quem conta com uma bancada de tantos picaretas, certamente, não terá nenhuma dificuldade em bater o martelo e pisar no pescoço dos aposentados.
