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Cartas-->CARLA ALEXANDRA EZARQUIS - II -- 26/03/2005 - 13:08 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Teresina, quinta-feira, 24 de março de 2005

Carla Alexandra Ezarquis,
Prezada Estudante

Você não sabe com quanta alegria recebo suas cartas e mais ainda o tamanho da satisfação que me acompanha ao respondê-las. Sim que a esta demorei, por causa das minhas atividades que são muitas, mas sempre em mente que iria falar com você.
Pois aqui estamos.
Não posso elogiar de todo o seu poema, pois se trata de um “repente”, como se fosse uma explosão do seu eu angustiado existencialmente, o que é natural nas pessoas de natureza imaginativa e propensas a sentir, pensar e escrever, como é você.
Mas também não posso esquecer que talvez seja este o primeiro de sua lavra. Em assim sendo, proponho que o seu poema fique assim, aproveitadas suas palavras, suas frases mais poéticas do texto:
ONDE ESTÁ O TEMPO?
Onde estará o tempo
que deixei em meu relógio
há instantes atrás?
(...)
Perco tanto tempo tentando descobrir
para onde meu tempo vai...
E me aborreço.
(...)
É preciso perdê-lo para poder encontrá-lo
observando as pequeninas coisas,
descobrindo como são belas.
(...)
Onde mora o tempo que deixei bem aqui
Quando desesperada, fui à sua procura?
Fico satisfeito em saber que pretende cursar letras e ser professora da matéria se é que entendi sua carta. Pode-se muito bem ser professor e poeta. A poesia não é uma profissão é um estado de espírito, que cultivamos muito quando estamos sós e imaginamos o mundo através de nós mesmos. É humanismo, e disto muito o mundo precisa. Mas o que vemos? Big broter Brasil (big bosta Brasil), desculpe a expressão grosseira, xaropada da globo e da mídia com seus best-sellers (bestas de sela). É preciso ter muito cuidado nas leituras. Procure ler o Drummond. Mas não só ele: Mário Faustino (que é piauiense), Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, Menotti Del Pichia, Cecília Meireles, Adélia Prado, os principais e os poetas atuais menos apreciados pela mídia. Entre os ficcionistas, Clarice Lispector, Nelida Piñon, Lygia Fagundes Teles, Jorge Amado, Graciliano Ramos... Nada de Paulo Coelho, pelo amor de Deus, nem dos americanos que não sejam clássicos como Fulkner, Hemingwey. Pode ler também os russos e os franceses. Isto. Brasileiros: Machado de Assis, José de Alencar, Raul Pompéia, Euclides da Cunha, Érico Verìssimo (seu filho também} e muitos outros como José Lins do Rego. Aqui não está a relação completa, mas com o tempo nós vamos conversando sobre isso. Diga, quando puder, o que está lendo. Eu estou terminando de ler “Ana Karênina”, de Leon Tolstoi, um clássico russo. Eu lhe mandei meu último romance, “Os estigmas”. Cobre-mo da próxima vez.
Espero que não fique magoado comigo. Poesia se faz cortando palavras do nosso palavroso discurso do dia a dia, não devemos repetir as palavras comuns, nem usar muitos adjetivos. Os dicionários serão de bastante ajuda, depois das leituras. É experimentar e guardar. O que se faz hoje, amanhã com uma leitura crítica, pode não servir.
Com o abraço afetuoso do

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA















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