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Poesias-->Mãos Cúmplices -- 06/09/2001 - 10:47 (Fernanda Guimarães) |
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Mãos Cúmplices
Cúmplices, as mãos tocam tuas palavras
Falas-me de silêncios e outonos
Enquanto na penumbra dos teus dedos
Escondes vultos de lágrimas derramadas
Sei do frio que incendeia tua alma
Penso sentir os sons de tuas dores
Cristais que estilhaçam em meu peito
E embora meus braços a ti se abram
Guardas-te nas brumas da solidão
Calas tua voz, emudeces teus passos
E mesmo no que supunhas inexprimível
Ou no que presumias imperceptível
Encontro-te sem alardes, serena e tua
Lendo tuas cicatrizes e nuas feridas
Antecipo-te outro tempo, olhos sem disfarces
Que seja a mansidão colo e escudo
Nas rotas incertas e de encantos despertos
Deixo-me ao longe, em vigília a divisar
A aurora a acordar em busca de ti
Dourando-te a pele renascida
Ouço apenas o eco do teu vôo
Pássaro vestido com o vento da vida...
© Nandinha Guimarães
Em 05.09.01
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