Poeta, mestre do meu sonhar,
Venha, essa fêmea, acalmar,
Afogando-a em seu doce amar.
Águas profundas, tempestuosas,
Vai-e-vem, vem e vai,
Ondulando sempre, sem parar...
Aperte-a em seus braços fortes,
Beije-a com sofreguidão,
Demonstre, do seu desejo, a dimensão!
Oceano de luxúria e prazer!
Todo o mel do pecado beber,
Lambuzando seu corpo de atração,
Despertando nela, o instinto de lamber
O doce sabor do seu gozo, gulosa!
Engolir todo o seu êxtase, ansiosa,
Num frenesi de intensa paixão!
Deixe-a desfalecida em seu abraço,
Na linha de areia, onde quebra o seu mar
Ondas que se desvanecem lentamente...
Deixe-a impregnada do sal do seu mar,
E, descubra, finalmente,
Que essa fêmea saciada e feliz ao seu lado
Sou eu...
C. |