QUEM SOU EU ?
Filemon F. Martins
Cidadão brasileiro, casado, trabalhador, nascido na cidade de Ipupiara, Bahia, mas residente na cidade de São Paulo, desde 1969. Como quase todos os brasileiros, levo uma vida de trabalho e estudos. De segunda à sexta-feira, saio de casa rumo ao trabalho. São mais de 8 (oito) horas de jornada, sofrendo com os grandes problemas da cidade: transportes, assaltos, menores abandonados, seqüestros, desemprego, exploração de menores e tantos outros.
Após o trabalho, sempre difícil e cansativo, chega o momento de voltar para casa, com a certeza do dever cumprido. Sou um cidadão que, no sábado, quando possível, vou ao supermercado fazer compras e ver que os preços estão subindo constantemente e se vou à farmácia, constato a mesma coisa, enquanto os salários... Bem, estes, não podem subir... porque geram inflação...
Em compensação chega o domingo e lá fico eu à frente de um aparelho de televisão vendo e ouvindo os mais diversos debates sobre os problemas que afligem o homem brasileiro, sem que se chegue a soluções concretas. Leio os jornais e observo que o exército de pobres aumenta a cada dia, enquanto a violência e os bandidos ganham espaço. Alguns políticos revelam uma verdadeira obsessão pelo Poder, fazendo qualquer malabarismo para conseguirem um alto posto. Enquanto isso, eu faço parte de alguns milhões de brasileiros que lutam desesperadamente para sobreviver, pagando por erros de uma ineficiente política econômica.
Sabe-se que grandes clubes de futebol, empresas de ônibus e empresários devem uma fortuna ao INSS. No entanto, nada tem sido feito para a cobrança desta dívida. O trabalhador, com carteira assinada, sabe que todo mês vem descontado em seu “hollerith” ou contracheque o valor referente ao INSS ou a outra Instituição específica de seguridade. Por que só o trabalhador paga em dia ?
Por outro lado, a experiência me ensinou que quando governo, empresários e mídia estão do mesmo lado, é porque o trabalhador será penalizado. Vem chumbo grosso por aí. Só o PT e seus aliados não querem ver. É o caso da Reforma da Previdência. Está na cara que o trabalhador será o único prejudicado. Partidos políticos, governadores e empresários estão com um sorriso estampado nos lábios: certamente estão pensando, não conseguimos na reforma de FHC em 98, mas vamos conseguir agora na gestão do Partido dos Trabalhadores. Quem diria ? Fernando Henrique Cardoso durante os seus 8 (oito) anos de mandato concentrou todo esforço para cortar direitos, fazendo uma sangria no bolso dos trabalhadores e propiciando a flexibilização nos contratos de trabalho, que não funcionou, porque as empresas contratavam por 3 (três) meses e ao final demitia e contratava outro funcionário com salário mais baixo. Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito justamente para estancar esta sangria e pelo que se vê, nestes primeiros meses de governo, ele quer sugar, ainda mais, o bolso do trabalhador e do inativo, reduzindo também o direito à aposentadoria, com o apoio da elite nacional.
O episódio envolvendo os artistas mostrou a precipitação do governo. Como a classe dos artistas é unida e tem poder de comunicação, pôs a boca no trombone e o recuo foi imediato. O governo tentou se explicar, dizendo que não era bem assim e blá, blá, blá. Mas ficou claro, ninguém é bobo, que era assim mesmo que o governo queria.
Aos trabalhadores, que não têm vez nem voz, só resta o caminho da mobilização e pressão aos deputados que foram eleitos e são legítimos representantes do povo. Sempre foi assim, mas a atualidade mostra que muitos brasileiros são amigos do dinheiro, ainda que conseguido de forma desonesta e ilícita, especialmente guardado em suas contas no exterior. A afirmação não é minha. Os jornais publicam escândalos todos os dias.
É hora de parar com embromações. É preciso que haja INTELIGÊNCIA E HONESTIDADE a serviço do Brasil e do povo brasileiro.
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