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Cartas-->Para se declarar amor -- 20/03/2005 - 15:54 (Isaias Zuza Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Para se declarar amor

Convite à leitura e declaração de amor:
Paras e declara amor é preciso saber que deixará o homem seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão ambos uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.



A ninguém faças declaração de amor sorrindo. Um pouco gotejante os olhos; um restante do mundo sozinho, como fosse imanente sem amado ser a solidão, tão parte sentir, tão parte dentro de si.
Para se declarar amor é preciso contar história, cantar canção de ninar, mudar de nome o seu próprio e das coisas ao redor, e da pessoa amada, e fazer segredo e mistério. Para declarar amor é preciso que juntos, eu e você, vamos à geladeira na hora que ninguém mais nos vê, de madrugada... Para se declarar amor, assim, é preciso ter bom humor para brigar para ver quem come o último pedaço da sobremesa. Para se declarar amor se faz tão necessário se mover por dentro, se dar metade para ser inteiro; tão eu, e tão você. Para se declarar amor ainda é sim necessário eu te oferecer um buquê, dessas flores que dizem de meu amor nem sei porquê, que só te tenho amor porquê, e assim, e deste modo, que te amo por um amor simples e sincero.
Eu não sou triste, eu tenho apenas silêncio. O corpo se limita ao tempo, sem contá-lo, sem, sem regras. Meu corpo comenta o teu. Cada parte minha, tão inteira contigo, tramita pelo espaço, em transe laço, e conta o que há no escritório, na roda gigante, e nas praças todas elas de cultuar a vida em toda plenitude das banalidades de juntar pedras, essas reuniões em que as pessoas se encontram para amar ou serem apenas amigos.
Nada mais simples do que te ver todos os dias, a cada instante como não era no instante anterior e ainda assim é difícil saber dar razão ao que te sinto; Faça-se a luz! Eu te vejo interior e supernova recente, de tanta vida que morre aos poucos. Assim, se faz a tristeza, devagar, tão furiosa, cada vez que te encontro amor, e esquecesse todo e qualquer lugar, e objeto, e nome onde fosse você existir, onde houvesse você com as tuas pegadas, e teus gestos que me fossem justos, cabendo em meu corpo, e este acabando em teu corpo. Um só, e não ser mais eu e nem você. Nós, só.
E porque assim tudo acontece eu te declaro amor por inteiro, porque és comigo. E mais eu te declaro, tanto, e muito, que para assim fazer eu esqueço quem sou para te declarar cada vez maior o meu amor.
Mas não faço isso à toa, eu me preparo e me revisto, antes, de uma história comum a nós dois, levanto paredes, e muros, conserto o jardim e eternizo o concerto, aliança de nós dois. Eu faço casa juntando pedras, nisso só eu tenho você; só você tem a mim. Moramo-nos, uns no outro um... E o que fica assim se mobília de mesas e cadeiras, sofá, cama e coração, meus braços móveis um no outro assim morada, assim imóveis.
Ainda assim não basta o mundo e a lembrança, o sentido e a falta para que haja uma declaração de amor. Para se declarar amor é preciso ver o futuro e saber que não se morre de amor – porque se morre aos poucos e o amor é exagerado, que mataria rápido, aos muitos – ao juntar ou separar pedras.
Para se declarar amor é preciso desespero, sabendo-se que mesmo na palavra desespero existe espero no final; como fosse desse modo a esperança desse medo; como nunca esperasse, tamanho nunca esperar demonstrando confiança que sempre fora seu o que se declara como sempre consigo estivesse, assim nunca esperasse. Para se declara amor é preciso, cada vez mais, não ter receio de chorar, e pensar bem ante de sorri, primar por cada palavra que se chama pelo nome das coisas de nós dois. E isso também é pedra que junta, história de todo dia que desvenda dia, que soma e multiplica.
Para se declarar amor é preciso muito mais do que eu e você; é preciso a TV, o som da canção, o cheiro de Deus, as mãos no peito, os olhos concentrados, o saber do resto do mundo, e a arrumação da casa.
Para se declarar amor é preciso querer ter filhos e ver-te se contigo eu fosse pai e você comigo fosse mãe. Para se declara amor se faz necessário ser criança, para flores no jardim; é preciso armadura de aço, e capacete, empunhar a espada e se fazer cavaleiro, porque te quero dama na luta do gesto de sermos assim pai e assim mãe.
Para se declarar amor é preciso loucura, e se houver sorriso – que se entenda sério, mister e contemplador –, que se faça gargalhada, só após ser tanto completado amor.
Para se declarar amor é preciso implicar um com outro, uma discordância breve, e um desentender a opinião – para que exista o perdão e a vontade de dizer que te amo. Para se declarar amor, mas amor de verdade, e mesmo, é necessário meu fim de mundo iniciar-te no teu.
Para se declarar amor é urgente e preciso ter canção de amor, comida preferida, e a chave de casa; ser dona do seu querer, dono de seu destino. É preciso uma venha de semprecidade em seu coração; saber dançar todos os ritmos e ritmar com você na palma de minha mão. Ser senhor e senhora do baile.
Para se declarar amor é bem preciso querer o que não quer o outro, e não querer o que ele quer; mas também mais que bem preciso é saber o quanto sua vontade é respeitada é necessária, para que não haja solidão.
Para se declarar amor é preciso ficar sem jeito, ter cor vermelha nas bochechas, e ter ciência de que, quando se está prestes a dizer bobeiras, se faz bem ficar quieto. Assim é bom ouvir, dizer para que o amante fale mais do que diz a multidão no meio da rua, no meio do mundo, no meio do frio.
Para se declarar amor é preciso concluir que para se declarar amor é preciso dar voltas pelo quarteirão e saber que esse sentimento é universal, como o mundo ao redor do sol.
Para se declara amor é preciso o gelo se transformar água, e a água em vapor, e o vapor em chuva, e suspiro, e aroma, torrente que vem depois de intenso calor.
Para se declara amor é preciso ir embora para querer voltar; e conter para soltar – digo no que se refere ao corpo –, resumir toda história e todos os lugares e épocas num querer de dizer que te amo não mais que com um amor que usa os objetos e as roupas para vestir-se da maneira como mais gostas e, às vezes, como odeias, mas me reconheces no corpo e na voz, e todos os sentires quando te provo o meu amor com certezas de para sempre, quando fico ao lado teu.
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